segunda-feira, 7 de novembro de 2011

2° Guerra Mundial Parte 9 - A Batalha do Atlântico

Olá Pessoal,
Nesse capítulo, vamos ver sobre a batalha do Atlântico. Essa batalha durou por praticamente toda a guerra e o objetivo de Hitler, era cortar o envio de suprimentos e armas de guerra do Canadá e Estados Unidos para a Inglaterra e seus aliados.

A frota alemã, comandada pelo Almirante Doenitz ( que após o suicídio de Hitler, seria o novo Fuhrer conforme seu próprio testamento) causou grandes perdas aos aliados, mas logo o poderio da Kriegsmarine alemã mostrou-se insuficientemente desenvolvida para uma vitória completa.
Boa Leitura,
Bruno Mingrone


A Batalha do Atlântico

 Karl Doenitz
O objetivo estratégico de Hitler na batalha do Atlântico era interromper, na maior escala possível, os fornecimentos de provisões e material bélico da Inglaterra e seus aliados. Foi sua unidade de submarinos, habilmente comandada pelo Almirante Doenitz, que atingiu o maior grau de êxito, mas, felizmente para os ingleses, Hitler e Raeder, o chefe da sua Marinha, persistiram longo tempo na crença de que os grandes navios de superfície eram de importância superior, resultando disso que, até que fosse tarde demais, a força submarina nunca foi suficientemente desenvolvida para conseguir uma vitória completa, embora em março de 1943 a posição aliada fosse extremamente precária.

A luta perdurou por toda a guerra, atingindo o auge entre a metade de 1942 e a metade de 1943. Começou a 3 de setembro de 1939, quando o navio de longo curso Athenia foi afundado por um submarino alemão. No final do mesmo ano, 114 embarcações britânicas e neutras totalizando 420.000 toneladas, tinham sido postas a pique, entre elas o porta-aviões Courageous e o navio de guerra Royal Oak, este último afundado em Scapa Flow pelo submarino alemão U-47, num audacioso ataque noturno.

Nesse meio tempo, os navios alemães de superfície não corresponderam às expectativas: em dezembro, o esplêndido navio de guerra Graf Spee era condenado à morte na desembocadura do rio da Prata e afundado; o Deutschland (depois Lützow) causou pequena impressão em suas incursões pelo Atlântico Norte; e os dois cruzadores de batalha Scharnhorst e Gneisenau fizeram apenas uma breve incursão de reconhecimento.

Iniciando a guerra com uma força submarina de apenas 56 barcos, a Kriegsmarine alemã viu esse número crescer resolutamente, enquanto os comboios aliados permaneciam desesperadamente privados de escolta. A situação foi um pouco abrandada pela entrada em ação, na primavera de 1940, das primeiras corvetas, mas o risco para a navegação aliada redobrou com a queda da França em junho de 1940. Quando isso aconteceu, o Canal da Mancha deixou, naturalmente, de ser seguro, e as rotas de navegação no Atlântico logo foram igualmente ameaçadas por novas bases de submarinos, estabelecidas pelos alemães em Brest, Lorient e outros portos da costa atlântica francesa. Submarinos transoceânicos passavam a poder operar em mais profundidade, no Atlântico, do que as escoltas de destróieres para os comboios de longo curso, e Doenitz não demorou a se aproveitar desse ponto fraco no sistema de comboio.

Cartaz da Kriegsmarine
A única rota que permanecia aberta para os comboios com destino à Inglaterra, ou regressando de lá, passava pelos acessos norte-ocidentais - contornando o norte da Irlanda - , mas nem essa rota escapou aos ataques dos bombardeiros de longo alcance Focke-Wulf Kondor, com bases na Noruega e na França. Em setembro de 1940, Churchill, sem esperanças de reforçar as escoltas de comboios, fez um acordo de concessão de crédito com Roosevelt, segundo o qual a Inglaterra passava a usar 50 destróieres da Primeira Guerra Mundial, com quatro canhões, da reserva naval americana, que foram enviados para bases no lado oposto do Atlântico; mas ainda havia muito pouca escolta, e em outubro de 1940 submarinos alemães afundaram um total de 350.000 toneladas de embarcações, a cifra mais alta até então.

O mau tempo trouxe ao combate um período de calmaria, durante o inverno de 1940-41, mas na primavera Doenitz renovou a ofensiva com uma nova tática devastadora. Começou a desdobrar grupos de submarinos no que foi designado como “matilhas de lobos”. Os membros da matilha se espalhavam e patrulhavam uma vasta área até que um deles localizasse um comboio. Esse submarino então chamava os outros pelo rádio e, depois de todos  se reunirem, a matilha fazia um ataque de superfície, à noite. Sua velocidade em superfície superava a da maioria das escoltas de comboio, mas o mais importante era que o aparato de escoltas de Asdic era incapaz de detectar a presença deles. As matilhas de lobos atacaram noite após noite, retirando-se durante o dia e causando efeitos devastadores, mas felizmente Doenitz não os tinha em quantidade suficiente. De qualquer modo, em março de 1941, vários submarinos, atacantes de superfície (o navio de guerra ligeiro Admiral Scheer e os cruzadores pesados Scharnhorst e Gneisenau) e muitos aviões reivindicavam entre si o afundamento de mais de 500.000 toneladas de navios aliados.

Em maio do mesmo ano ocorreu um dos grandes últimos confrontos de navio a navio. O magnífico navio de guerra alemão Bismarck, em companhia do novo cruzador Prinz Eugen, navegava pelo Atlântico à procura de vítimas. Localizados, o cruzador de batalha britânico Hood e o navio de guerra Prince of Wales partiram em seu encalço para interceptá-los. A 24 de maio entraram em combate, e o potente Hood, de 42.000 toneladas, com oito canhões de 381 mm, foi explodido pela primeira salva do Bismarck, enquanto o Prince of Wales era danificado o suficiente para ser forçado a parar. O Bismarck fôra atingido duas vezes pelo Prince of Wales e tinha um vazamento de combustível; assim, fez meia volta, visando a rumar para um porto atlântico francês, e, após repetidos ataques de bombardeiros britânicos decolados de porta-aviões (dos quais apenas um acertou o alvo, e com um tiro bem fraco), escapou aos atacantes. Alguns dias depois foi novamente localizado e mais uma vez atacado por torpedeiros. Desta vez foi atingido por dois tiros, um dos quais emperrou seus lemes. Deixado sem controle mas aparentemente impossível de ser afundado, foi alvejado primeiro por obuses dos navio de guerra Rodney e King George V, e depois torpedeado pelo Dorsetshire, até que deslizou por sob as ondas. O Prinz Eugen, que o acompanhava inicialmente, conseguiu seguir a salvo para Brest, mas a destruição do Bismarck representou o fim dos esforços alemães para vencer a Batalha do Atlântico com navios de superfície.

Mapa dos comboios de suprimentos e armas no Atlântico
Logo, em março de 1941, a Lend-Lease Bill foi assinada. Segundo seus termos, a Inglaterra podia solicitar armas e provisões sem pagamento imediato. Isso, junto com a ampliação unilateral que os Estados Unidos fizeram da chamada “Zona de Segurança” ao largo da sua costa ocidental (dentro da qual os submarinos tinham que respeitar a neutralidade da navegação americana) e sua decisão de fornecer apoio atlântico à navegação aliada, indicou aos alemães que os americanos estavam se tornando bem menos do que neutros. Essas medidas, porém, melhoraram consideravelmente as chances dos comboios aliados no Atlântico, e quando a Marinha Real Canadense começou a oferecer escoltas até o sul da Islândia, finalmente um sistema de escolta transatlântica contínua entrou em operação.

Pelo final de 1941, as perspectivas pareciam mais animadoras, embora ainda houvesse deficiência de aviões de longo alcance para missões de proteção a comboios, e os submarinos, agora sendo produzidos com cascos soldados a pressão em lugar dos antigos blindados e rebitados, estavam se tornando mais difíceis de afundar. No entanto, os acontecimentos deveriam dar uma guinada, e para pior. Depois que a América entrou na guerra, em resposta ao bombardeio de Pearl Harbor em dezembro de 1941, a Zona de Segurança deixou de existir. Doenitz não demorou a perceber que agora poderia fazer inúmeras vítimas ao largo da costa ocidental americana, e as cifras de 500.000 toneladas postas a pique em fevereiro de 1942 e 700.000 em junho testemunham o sucesso dessa nova ofensiva. Em agosto de 1942, mais de trezentos submarinos estavam em serviço, e em novembro, apesar da introdução de aparelhos de radar de 10 centímetros e de equipamento HFDF (que podia localizar um submarino por transmissões de rádio), os Aliados sofreram a perda de 729.000 toneladas.

Planta do Submarino Alemão U-47
No começo de 1943, porém, os Aliados tinham finalmente desenvolvido o que se revelou ser um sistema de contra-ataque verdadeiramente eficaz e, o que talvez tenha sido mais importante, aviões Liberator de longuíssimo curso se tornaram disponíveis, afinal, para missões de escolta de longo alcance. Embora em março se tenham perdido 627.000 toneladas de embarcações, as cifras de abril e maio mostraram um progressivo e impressionante declínio. Em maio, Doenitz calculou que para cada três submarinos que tinha no mar, perdia um, e a 23 de maio, vendo que não resistiria a tais perdas por muito tempo, ordenou a seus submarinos que se retirassem do Atlântico Norte.

Embora a campanha continuasse até o fim da guerra, em junho de 1943 a construção de novos navios mercantes tinha finalmente superado as perdas, e a batalha estava ganha.

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