terça-feira, 28 de junho de 2011

A História do Videogame 1987 - 1988

1987


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Lançado em disco no Japão, "Legend of Zelda" chega em cartucho nos Estados Unidos
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"Metroid" é outro título que ajudou a consagrar o NES no Ocidente e a enterrar de vez o Atari 2600
A Nintendo continua crescendo e encurrala os adversários.

A Atari ainda faz jogos para o 2600, mas estes são ignorados pela imprensa. A empresa também trabalha em conversões de "Galaga" e "Dig Dug" (Namco); "Asteroids" e "Centipede" (Atari); "Robotron: 2084" e "Joust" (Williams) e "One-in-One Basketball" (Electronic Arts) para o 7800.

"Legend of Zelda" chega aos Estados Unidos em forma de cartucho; a Nintendo decide não levar o caro periférico Disk Drive para o país do Tio Sam. Jogos como "Kid Icarus" e "Metroid" aumentam a fama do NES.

Mais um lançamento da Atari: o console Atari XE. Pela segunda vez, a empresa requenta tecnologia e tenta vendê-la como se fosse de ponta. Ao contrário do Atari 5200, o novo console usava cartuchos dos moribundos computadores da linha XE. O pacote incluía dois jogos, "Barnyard Blaster" e "Flight Simulator II", uma pistola e um teclado destacável - este último item deixou o console mais caro que o NES. Com teclas grandes e em tons pastéis, junto com uma versão em cinza claro do tradicional joystick do 2600, e fisicamente maior que o console da Nintendo, o Atari XE não emplacou. A compatibilidade com os periféricos, como disk drives, impressoras e modems dos velhos XE despertou o interesse dos donos desses computadores, mas, mesmo assim, o Atari XE afundou.

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No Japão, o PC Engine não fez feio feio frente à Sega e Nintendo e deixou excelentes jogos
Enquanto isso, a NEC lança o PC Engine, videogame de 8 bits que teve o apoio da softhouse Hudson, famosa pela série "Bomberman". A Hudson forjou um acordo com softhouses de menor expressão para distribuir seus jogos. E mudou sua linha de trabalho para que os novos jogos ficassem diferentes dos títulos já produzidos para o NES, sucessos como "Bomberman", "Star Soldier" e "Faxanadu".

1988

A NEC faz acordos com Irem e Namco, e dá um importante passo para consolidar o sucesso do PC Engine.


"GALAGA", "METROID", "TETRIS" E OUTROS (1987-1988)

Nesse ano foram lançados os jogos "R-Type" (Irem), "Fighting Street", o primeiro "Street Fighter", (Capcom) e jogos originais como "Power League Baseball" (Hudson). A Namco cria jogos de esporte, um de beisebol e outro de tênis; "Galaga '88", uma versão mais moderna do sucesso de 1981 e "Dragon Spirit", conversão de um grande sucesso dos arcades.

As brigas judiciais no mundo dos games intensificam-se. A Atari leva a Nintendo aos tribunais, alegando prática ilegal de monopólio, controle de preços e bloqueio eletrônico, via chip, para proibir o desenvolvimento de softwares de empresas não autorizadas.

Após o fracasso de sua linha de computadores ST (o "Jackintosh"), e de todos os produtos domésticos, a Atari, dirigida pelos desorientados Tramiels, lança versões de "Donkey Kong" (1981), "Donkey Kong Junior" (1982) e "Mario Brothers" (1983) para o 7800.


Alexey Leonidovich Pajitnov, nascido em 1956, mudou-se para os EUA em 1991 e fundou a Tetris Company. Entre muitos trabalhos, participou do design de "Yoshi's Cookie" (SNES) e fez "Hexic HD", para o Xbox 360
Um dos maiores sucessos da história é lançado: "Tetris", do russo Alexey Pajitnov. Embora tenha criado um jogo conhecido mundialmente e que vendeu na casa dos milhões de unidades, na época, Pajitnov não viu a cor do dinheiro, sugado pela política comunista. Até hoje, "Tetris" é inspiração para muitos quebra-cabeças.

A Nintendo lança a seqüência de "Legend of Zelda": The Adventure of Link" e "Super Mario 2". Esse, na verdade, não é o mesmo "Mario 2" lançado no Japão: considerado muito difícil para o público americano, a Nintendo of America adaptou o game "Doki Doki Panic" com os personagens de "Mario 1" e assim nasceu o que os japoneses conhecem como "Super Mario USA".


Fonte: UOL http://jogos.uol.com.br/reportagens/historia/1987.jhtm

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Segundo documentos do Itamaraty, ditadura brasileira espionava Juan Perón

Boa Noite Pessoal,

Vou dar uma pausa na "História dos Videogames" somente para publicar essa matéria bem legal sobre a abertura de documentos da ditadura brasileira que espionava nossa vizinha Argentina.
É um artigo importante sobre a história do Brasil, principalmente essa triste parte que foi a ditadura e vale a pena ler.

Boa Leitura,
Bruno Mingrone


Segundo documentos do Itamaraty, ditadura brasileira espionava Juan Perón.

Em meio à discussão sobre a abertura de arquivos confidenciais referentes à ditadura militar brasileira (1964-1985), o jornal argentino Página 12 publicou neste domingo (26/06) documento que mostrava que a ditadura brasileira espionava o então presidente do país vizinho, Juan Domingo Perón. Uma das razões que justificariam essa ação seria sua proximidade com o do ex-presidente brasileiro João Goulart (1961-1964), deposto por um golpe militar.

O relatório, datado de 1973, tem como origem o Ciex (Centro de Informações do Exterior), órgão que integrava o Ministério das Relações Exteriores brasileiro na época e anterior ao golpe de Estado que deu origem à ditadura civil-militar na Argentina (1976-1983).

O jornal não revela como obteve o documento, mas afirma que teve acesso a centenas de relatórios que mostravam as fortes ligações entre a ditadura brasileira e os militares que comandariam o golpe no país vizinho anos depois. A reportagem é assinada por Dario Pignotti, correspondente do Página 12 em Brasília, e conta com o depoimento de João Vicente Goulart, filho de Jango, como o ex-presidente era popularmente conhecido. "Eram frequentes os contatos e a afinidade [dos ditadores brasileiros] com os que promoveriam o golpe [argentino] de 1976 e aprovavam a guerra suja então já lançada contra a ‘subversão’", cita a matéria.

Na Espanha

O relatório, obtido pelo Página 12, é datado de 2 de março de 1973 e separado por seis itens. Ele mostrava a inquietação dos militares com a proximidade entre Perón e Jango, e seus freqüentes contatos. "Em sua última viagem à Europa, João Goulart encontrou-se com Perón na Espanha. Nesta ocasião, Perón disse que gostaria que Goulart se fixasse na Argentina, caso o peronismo ganhasse as eleições", menciona o documento, classificado como secreto.

No segundo item do relatório, o regime brasileiro relatou o convite do líder argentino a Goulart (1961-1964) para participar de um “amplo movimento latino-americano de libertação” das ditaduras, que se iniciaria na Argentina. "A conversa girou sobre a situação brasileira e sobre as ideias de Juan Perón para a criação de um amplo ‘movimento latino-americano de libertação’, cujo epicentro se localizaria na Argentina".

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O terceiro ponto menciona a participação do economista Celso Furtado na reunião, "contratado por Juan Perón para assessorar o programa econômico do governo [do Partido] Justicialista [fundado pelo presidente argentino]".

Em entrevista ao jornal argentino Página 12, responsável pela divulgação dos arquivos, João Vicente Goulart concorda sobre a espionagem brasileira a Perón: "Participei de reuniões com ele e pressentia-se que nos vigiavam. Se os arquivos da ditadura fossem abertos, como a presidente Dilma [Rousseff] quer, haverá mais provas disso".

O filho do ex-presidente brasileiro também afirmou que houve mais reuniões entre os dois políticos, além da mencionada no documento divulgado pelo jornal. “Outra foi realizada em Buenos Aires, lembro que algumas pessoas nos diziam que os serviços [de inteligência] estavam rondando por lá”, afirmou.

Segundo ele, é "lógico" que a ditadura brasileira queria seguir os passos do presidente argentino. "Ele propôs ao meu pai se radicar na Argentina, de onde teria uma plataforma para organizar seu regresso ao Brasil e forçar uma abertura democrática, que os militares queriam atrasar", garantiu João Vicente.

Parceria

Um segundo documento, de 23 de novembro de 1974, é um telegrama da embaixada brasileira enviado em novembro de 1974 pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires, também "secreto", reporta uma conferência bilateral "de inteligência” entre os exércitos brasileiro e argentino, confirmando a versão de uma coordenação entre as duas ditaduras.

Apesar de não divulgada a cópia, o jornal menciona ainda outro telegrama da embaixada, desta vez de setembro de 1975, que teria relatado uma “longa conversa” com o então ditador argentino Jorge Rafael Videla e o comandante da Marinha, Eduardo Massera. Ambos cumprem atualmente penas de prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante a repressão no país.

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Na conversa, os dois teriam expressado interesse de "estimular por todos os meios a aproximação das Forças Armadas" do Brasil e da Argentina. Em outra mensagem confidencial de fevereiro de 1975, estaria ainda mais explícito o planejamento conjunto das ditaduras dos países, quando relata um encontro de diplomatas brasileiros com o então ministro de Defesa argentino, Adolfo Savino.

O despacho menciona uma abordagem de "total franqueza sobre a necessidade de um profundo entendimento" entre os países para combater "os inimigos comuns da subversão". Ainda segundo o jornal, o filho de João Goulart lamenta que o Brasil esteja tão atrasado em comparação com países como a Argentina, onde "houve um acerto de contas com a história e a verdade".

Sobre a abertura dos arquivos da ditadura militar brasileira, 47 anos depois do golpe contra Jango, João Vicente afirma: “Já está na hora de acabar com este longo silêncio, ainda vivemos dando as costas para a história dos anos 70, devido às pressões de grupos ligados ao terrorismo de Estado”, lamentou.

A estratégia de Perón, como se sabe, não progrediu. O presidente argentino morreu aos 78 anos, em 1º de julho de 1974, durante seu terceiro mandato. Ao contrário do que pretendia, a ditadura se aprofundou em vários países latino-americanos, incluindo a própria Argentina dois anos depois.
João Goulart morreu na Argentina, na cidade de Mercedes. A versão oficial teria sido um ataque cardíaco. Entretanto, uma  de 2008 relata o depoimento de um ex-agente uruguaio que afirma que Jango foi envenenado por ordem do delegado Sérgio Fleury, do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) – com anuência do governo brasileiro.

Fonte: Uol

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A História do Videogame 1985 - 1986

1985


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Este é o Robotic Operating Buddy do NES, ou R.O.B.. O acessório excêntrico só teve dois jogos: "Stack-Up" e "Gyromite"
A Nintendo começa a fazer testes em Nova York para vender o NES no mercado norte-americano. Os varejistas estavam tão céticos em relação aos videogames que a Nintendo teve de concordar em recomprar tudo que não fosse vendido pelas lojas. E mais: deveria reformular o design para se adaptar ao gosto americano, para quem videogame era acessório de TV, não um brinquedo. Para vender o console em lojas avessas aos videogames, a empresa também inventou um robô, o R.O.B. Nessas lojas, ao invés de ser vendido como videogame, o NES vira um pacote para jogos de robô. Coisa de americano! No final, apenas dois jogos saíram para o R.O.B.: "Stack-Up" e "Gyromite", que acompanha o acessório.

Uma pistola para jogos como "Wild Gunman", "Duck Hunt" e "Hogan's Alley", sucessos do arcade e do Famicom, no Japão, é lançada. Munido de ótimos jogos da própria Nintendo, e de conversões de sucessos do arcade como "Kung Fu Master", da Irem, e o lendário "Super Mario Bros.", o NES não demora para emplacar nos Estados Unidos, apesar do lançamento patrulhado.

Divulgação
Caixinha dos primeiros jogos do NES nos Estados Unidos. A Nintendo mantinha um padrão, mas as produtoras terceirizadas tinham liberdade de criar sua embalagem

Seguindo a Apple, que fez sucesso com o Macintosh, a Atari, de Tramiel, também prepara um computador baseado no chip 68000 (Motorola, 16 bits), o 520ST, internamente chamado de "Jackintosh".

Também em 1985, foi lançada a segunda versão do MSX, o MSX2, com melhores gráficos e RAM mínima de 64KB.

Os jogos eram lançados em cartuchos, mas cópias de programas podiam ser encontradas em fitas cassetes e, depois, em disquetes. Com o aparecimento de jogos maiores que 64KB, os chamados MegaROMs, foram desenvolvidos periféricos específicos para acomodar todos os dados e permitir que as cópias rodassem sem sobressaltos.

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O visual de Snake na embalagem de "Metal Gear" para MSX
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Com algumas diferenças, o jogo do MSX foi adaptado para o NES
Foi nesse período que o MSX viu seus melhores jogos e, de longe, a Konami foi a softhouse que mais obteve sucesso na plataforma. Clássicos como "Vampire Killer" - precursor de "Castlevania" -, "Parodius" e "Metal Gear" nasceram no MSX. Outros jogos da Konami que fizeram sucesso incluem "Penguin Adventure" - o primeiro jogo de Hideo Kojima, que viria a criar "Snatcher" e os dois "Metal Gear" para a plataforma -, as séries "Gradius", "Knightmare" e "King's Valley", além de "Goemon" ("Legend of the Mystical Ninja") e "Space Manbow".

A companhia dava muita importância às trilhas musicais e chegou a desenvolver um chip, que vinha embutido em seus cartuchos, que acrescenta cinco canais de som aos três nativos do computador. Essa tecnologia, chamada de SCC, também foi usada no NES, em games como "Castlevania III: Dracula's Curse". Assim, os jogos da Konami também eram conhecidos pelas memoráveis composições, como as de "Gradius 2", "Salamander", "Parodius" e "Snatcher", tidas como algumas das melhores da história.

Apesar de grandes jogos e o computador mais popular do Japão nos anos 80, o MSX perdeu a concorrência para o NES - também lançado em 83 -, mais barato e com processador de vídeo melhor. O MSX2 veio com gráficos mais elaborados, mas continuou longe de competir no quesito custo. Além disso, não conseguiu ter sucesso nos Estados Unidos, onde o Commodore 64 era popular. Seu sucesso ficou localizado, fora do Japão, na Coréia do Sul, na Europa (principalmente na Holanda e Espanha), além de países árabes e no Brasil. Também foi muito popular na Rússia, pois era um dos poucos computadores permitidos para importação e foi usado até na estação espacial Mir.


"KUNG FU MASTER", "ZELDA", "1942" E OUTROS (1985-1986)

1986

Satisfeita com o teste aplicado em Nova York, a Nintendo contrata a World of Wonder, criadora de Teddy Ruxpin e Laser Tag, para ajudar no marketing do NES em território norte-americano. O sistema estreou com dois pacotes: um com o R.O.B., a pistola e os jogos "Gyromite" (para R.O.B.), "Duck Hunt" e "Super Mario Bros.", ao preço de US$ 249; o outro, mais básico, vinha com "Super Mario Bros." e custava US$ 199.


Sega Master System: sucesso no Brasil, quase um desconhecido no resto do mundo
A Sega também entra no mercado americano com seu console, o Master System, esperando desempenho superior ao do mercado japonês. Distribuído pela Tonka, fabricante de caminhões de brinquedo, o console chega com a força do nome Sega nos arcades e alguns jogos originais, como "Hang On" e "Fantasy Star", mas não decola. As conversões de arcade da Sega eram muito fracas, apesar de outras softhouses terem desenvolvido bons trabalhos. A pistola e os caros óculos 3D, ambos para poucos jogos, não ajudam a melhorar a imagem do Master System. Posteriormente, o console é lançado no Brasil pela Tectoy e, sem a concorrência da Nintendo, acaba se tornando febre.


Com jogos requentados da geração passada, não deu para o Atari 7800
A Atari lança o Atari 7800 que, ao contrário do 5200, era compatível com jogos do 2600. Tarde demais. A imagem da empresa já estava manchada e as revistas criticaram os antigos títulos que foram lançados. A Nintendo domina o mercado vendendo 10 vezes mais que seus competidores. No Japão, é lançado um drive de discos com os jogos de golfe, futebol e o mitológico "Legend of Zelda". O sucesso da Nintendo faz com que várias softhouses a procurem para produzir jogos para o NES. Até empresas que davam suporte à Atari entram na onda.


Fonte: UOL - http://jogos.uol.com.br/reportagens/historia/1985.jhtm

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A História do Videogame - 1984 "O Ano Negro"

1984


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Em 1984, "Gremlins" era sucesso nos cinemas, mas o jogo para Atari 2600 foi ignorado
Game over. 84 foi o ano negro da história do videogame. Num piscar de olhos, o consumidor deixa de se interessar pelas máquinas de jogar. Por quê? As vendas de consoles caem vertiginosamente. Afinal, por que gastar US$ 150 num videogame nos Estados Unidos, se um computador custa US$ 200? O computador também serve para atividades educacionais e muitas outras coisas. Além disso, as revistas especializadas oferecem 4 ou 5 programas novos, inclusive jogos, a cada edição.

Já no final de 83, empresas não ligadas ao mundo dos jogos de videogame começam a entrar em contato com softhouses para criarem jogos promocionais. Literalmente, até barraca de cachorro-quente queria jogos que valorizassem a marca para usar como material de divulgação. Mas os games produzidos eram horríveis e o público, cansado desse joguinho de marketing, perde o interesse por jogos.

EXCITE BIKE, MOON PATROL E OUTROS (1984)

Esse era o panorama no ocidente. Enquanto isso, no outro lado do mundo, o Nintendo Entertainment System, ou NES, começava a nascer. O Famicom, nome oriental do console que transformaria a Nintendo numa gigante, ganhava apoio das primeiras softhouses independentes que começaram a criar games para a plataforma.

A primeira a entrar no barco foi a Hudson, que mais tarde viria a lançar clássicos como "Star Soldier", "Bomberman" e "Adventure Island". Mas os seus primeiros jogos, que vieram ao final de julho, eram "Nuts & Milk" e "Lode Runner". Ambos tinham funções para criar suas próprias fases e a gravação de dados era feita através de fitas cassete, usando o periférico Family Basic, que transformava o Famicom num computador.

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"Mappy" foi um dos primeiros jogos da Namco para o Famicom
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Em 1984, a Nintendo já fazia sucesso no Japão com "Excite Bike"
Quem conseguiu mais sucesso de cara foi a Namcot (atual Namco), trazendo seus atuais clássicos de arcade para o videogame de 8 bits da Nintendo, que incluia os jogos "Galaxian", "Pac-Man", "Mappy" e "Xevious".

A Nintendo também não ficou parada e lançou o também clássico "Excite Bike", outro que permitia editar fases e gravá-los em fita cassete.

O sucesso do Famicom no Japão faria com que os videogames voltassem com força ao ocidente em 1986, poucos meses após o lançamento do NES (Nintendo Entertainment System), que aconteceu em outubro de 1985.

E pensar que a Nintendo procurou a Atari para fazer marketing do seu produto nos Estados Unidos.
 
 
 
 
Fonte: UOL http://jogos.uol.com.br/reportagens/historia/1984.jhtm

domingo, 5 de junho de 2011

A História do Videogame 1981 - 1983

1981


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Pôster do arcade "Donkey Kong". O nome Mario só apareceu depois, inspirado em Mario Segali, dono de um galpão usado pela Nintendo norte-americana
Depois de transformar várias 'bombas' da Nintendo em sucessos comerciais, o artista Shigeru Miyamoto cria o jogo "Donkey Kong". O herói, apelidado de Jumpman, um carpinteiro baixinho, deveria salvar sua namorada Pauline das garras de um gorila raivoso. Jumpman, nos Estados Unidos, ganha o nome de Mario, pois os funcionários da Nintendo acham o personagem parecido com Mario Segali - dono do galpão usado pela Nintendo em Seattle.

A Konami lança "Scramble", jogo de tiro que serve de base para vários outros jogos similares da empresa, como a série "Gradius" (ou "Nemesis").

Mais descontentes saem da Atari e fundam a Imagic, uma das softhouses mais competentes do console Atari 2600.

Por falar em ex-funcionários da Atari, os jogos criados por dissidentes que foram para a Activision fazem sucesso. Caso de "Freeway", de David Crane; "Kaboom", de Larry Kaplan; "Tennis" e "Ice Hockey", de Alan Miller.

A Atari negocia os direitos de "Pac Man" e lançava o arcade "Tempest", jogo com gráficos vetoriais coloridos de tecnologia ainda instável e propenso a erros. Mesmo assim, "Tempest" ganha uma legião de seguidores, que tratam os bugs como truques do jogo.

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O simpático "Frogger", da produtora japonesa Konami.
A Sega lança, nos Estados Unidos, o jogo "Frogger", da japonesa Konami. Assim como em "Freeway", o jogador deve atravessar uma estrada e chegar em segurança no lado oposto. O jogo da Konami, no entanto, é bem mais elaborado. Além da rua, deve-se cruzar um rio, pulando sobre cascos de tartarugas e em tocos de árvores que passam por suas águas.

Neste ano ocorre a primeira fatalidade da história do videogame: um homem morre de ataque cardíaco jogando "Berserk", um jogo da Midway para fliperama e depois Atari 2600 cujo objetivo é enfrentar hordas de robôs.

Os rendimentos do mercado norte-americano de arcade são de US$ 5 bi.

1982

A Coleco entra em cena outra vez com o lançamento de ColecoVision, console baseado em cartucho com melhores gráficos e sons, além de ótimas conversões de "Jungle Hunt", da Atari, e "Donkey Kong" e "Donkey Kong Junior", ambos da Nintendo - uma empresa em crescimento.

A Atari teve apenas conversões regulares desses jogos. Preocupada com os negócios da Atari com a Namco, a Coleco tenta parceria com Sega, Konami e Universal (de "Mr. Do!").

Outro console é lançado no mercado: Vectrex, da General Consumer Electronics. O Vectrex é a primeira e única máquina da história que trabalha exclusivamente com gráficos vetoriais. Vinha com um jogo na memória, o "Minestorm", impressionante clone de "Asteroids", e um controle analógico com quatro botões.

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No Atari 2600, "Pitfall é bem mais aceito que "Pac-Man" e "E.T."
A decadência da Atari começa com as versões de "Pac Man" e do jogo "E.T.". Toneladas desses títulos e de outros de baixa qualidade viram aterros no Novo México. Jogos originais como "Pitfall", de David Crane, vendem bem. Os usuários de Atari 2600 começaram a se decepcionar com a empresa.

Para melhorar o clima, é lançado Atari 5200, que usava os mesmos chips gráficos e sonoros do computador que a Atari fabricava. Os jogos nada mais são que versões melhoradas de antigos jogos. As vendas são fracas. Os jogos de Atari 2600 não são compatíveis com o console 5200. Um adaptador é lançado para corrigir o problema.

A Namco cria "Ms. Pac Man", que se torna o maior sucesso para arcade do ano nos Estados Unidos, com 115 mil unidades vendidas. Ele é na verdade um hack feito por dois adolescentes que modificavam e vendiam upgrades para fliperamas. Suas adaptações fizeram tanto sucesso que a Namco acabou comprando "Ms. Pac Man" e contratando os dois programadores.

A Namco não lança "Ms. Pac Man" no Japão e resolve trabalhar em "Super Pac Man", um jogo bem diferente do original. Uma grande quantidade de 'versões melhoradas' começam a aparecer. A mais famosa é "Pac Man Plus", onde os as frutas e outros elementos bônus são trocados por símbolos da cultura norte-americana como latas de Coca-Cola e hamburgueres.

Apesar do sucesso de "Ms. Pac Man", a indústria do entretenimento eletrônico começa a dar sinais de queda. Em 7 de dezembro, a Atari anuncia que as vendas do console não atingiram as expectativas. As ações da Warner despencam 32% em um único dia.

1983

Nolan Bushnell entra na Sente Games, antiga Videa, e volta à indústria do videogame. Na verdade isso é um trocadilho: enquanto Atari é "xeque" no jogo de tabuleiro chinês "Go", Sente significa "xeque-mate". Em parceria com a Midway, a empresa lança arcades como "Hat Trick", jogo de hockey simples, mas com um algo mais. A parceria, entretanto, não consegue criar um um nicho no mercado.


FROGGER, ENDURO E OUTROS (1981-1983)

Em 27 de junho foi anunciado numa conferência à imprensa o MSX, que tinha como objetivo ser um padrão no mercado de computadores - inspirado no sucesso do VHS, que virou sinônimo de videocassete - e também ser uma máquina de entretenimento de baixo custo. Por esse motivo, tornou-se popular e muitos jogos foram produzidos para a plataforma.

Na época era comum cada fabricante ter seu próprio padrão e eles não eram compatíveis entre si. No caso do MSX, qualquer produto de diferentes fabricantes eram compatíveis, tanto em nível de software como de hardware, tal e qual os atuais PCs. Enfim, o MSX era uma plataforma, no sentido restrito da palavra.

O padrão foi concebido por Kazuhiko Nishi, ex-executivo da Microsoft do Japão e fundador da ASCII Corporation, que tinha como negócio principal a publicação de periódicos sobre computadores. A ASCII também viria a editar o Famicom Tsuushin, a atual revista japonesa Famitsu, hoje publicada pela Enterbrain e publicação mais famosa sobre videogames da atualidade. A Microsoft de Bill Gates também teve participação no projeto, que teve o interpretador de linguagem BASIC embutido na ROM do MSX. Era tido como consenso que a sigla vinha de "MicroSoft eXtented", mas o próprio Nishi declarou em congresso na Holanda que se tratava de "Machines with Software eXchangeability" (máquinas com softwares intercambiáveis).

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O MSX Expert, da Gradiente, chegaria ao Brasil dois anos depois
O MSX tinha algumas características específicas, como uma arquitetura bem planejada e facilmente expansível, sendo um dos poucos computadores realmente "plug & play" da história, isto é, com periférico quem funciona sem a necessidade de instalação de drivers, já que vinha embutido no próprio hardware. Até hoje entusiastas desenvolvem periféricos para o computador, como um controlador para DVD-ROM. Para alcançar a popularidade desejada, foi projetado para funcionar em televisores comuns, em vez de monitores próprios, que costumam ser caros.

A primeira versão do MSX tinha como processador central o Z80 da Zilog e o processador de vídeo TMS9918 da Texas Instruments, os mesmos do Colecovision - existem emuladores que fazem rodar jogos de uma plataforma em outra. Diversos fabricantes se interessaram em produzir o computador, a maioria do Japão, como a Sony, Panasonic e Casio. Mas muitas companhias estrangeiras também o produziram, como as coreanas GoldStar (atual LG), Samsung e Daewoo, além da holandesa Philips e a americana Spectravideo. O computador também foi bem popular no Brasil e duas fabricantes nacionais lançaram o padrão em solo brasileiro: a Gradiente com seu Expert e a Sharp, dona do HotBit.

"Dragon's Lair", de Don Bluth, é lançado. É o primeiro título a usar tecnologia de vídeo laser.

A Coleco lança o computador Adam e quase vai à falência. Trata-se de uma máquina cara, composta por um gravador de fitas, uma impressora grande, um teclado e CPU numa caixa do tamanho de um sarcófago. Rodava jogos de cartucho e fitas. A divisão Cabbage Patch Doll mantém a companhia viva e um software, para ColecoVision, baseado nessas bonecas foi introduzido. Um acessório para rodar jogos de Atari 2600 no console da Coleco é desenvolvido. Para jogar são usados joysticks extras de Atari.

A empresa Commodore lança o Commodore 64, um computador relativamente barato e poderoso. Atingia uma resolução de 320 x 200 pixels e 16 cores simultâneas, performance melhor que qualquer videogame da época.

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O Nintendo Family Computer, ou Famicom, chegou ao Japão em julho de 1983. Nos Estados Unidos, o nome foi mudado para NES (Nintendo Entertainment System) e o aparelho perdeu a aparência de 'brinquedo'
Enquanto a indústria americana de videogames passa por um momento de estagnação - os jogos lançados não têm originalidade -, a Nintendo lança, em julho, no Japão, o Family Computer (Famicom). O fato de o novo console parecer um brinquedo não é casual, pois a Nintendo tinha essa intenção quando o desenvolveu. Conversões de "Donkey Kong", "Donkey Kong Junior" e "Popeye" - os dois últimos jogos podiam ser jogados por duas pessoas - são lançadas. Títulos de beisebol e versões de "Mario Brothers" também aparecem no Famicom. A Nintendo tenta convencer as softhouses a desenvolverem jogos para o console.


Fonte: UOL http://jogos.uol.com.br/reportagens/historia/1981.jhtm

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A História do Videogame - 1978-1980

1978


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Warren Robinett, criador de "Adventure" e do primeiro truque de game. Após a Atari, o designer interativo fundou o The Learning Company, empresa dedicada a softwares educativos
A política da Atari de não dar crédito às pessoas envolvidas na criação de jogos, mas apenas para a própria empresa, faz com que surjam os primeiros segredos em jogos. Warren Robinett, criador de "Adventure", faz uma sala secreta onde seu nome brilha em cores de arco-íris. Para entrar na sala, o jogador deveria levar um ponto cinza para a tela inicial. Mais tarde, esses segredos e truques se tornaram elementos obrigatórios nos games.

Bushnell deixa a Atari e cria outra empresa. Um contrato de cinco anos, estipula que a Atari não competirá com a nova empresa de seu ex-homem forte. A Pizza Time Theaters também é comprada por Bushnell.

Ray Kassar chega à presidência da Atari. Em março, a Nintendo lança um arcade chamado "Computer Othello", uma versão do jogo de mesa "Othello". Não há joysticks, apenas 10 botões coloridos para cada jogador. Cada partida custa 100 ienes (R$ 1,61), preço que virou padrão para os jogos de arcade no Japão.

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Japonesa Taito entra para a história com o arcade "Space Invaders"
Dois lançamentos aumentam, ainda mais, a popularidade dos games: "Football", da Atari, e o lendário "Space Invaders", importado pela Midway e desenvolvido pela Taito. Esses dois títulos para arcade batem todos os recordes de vendas.

No Japão, a Namco solta o Gee Bee, uma versão digital das mesas de fliper. Terminada a temporada de futebol americano, o jogo é esquecido. Mas "Space Invaders" continua sua carreira de sucesso nos arcades e provoca até falta de moedas no mercado norte-americano.

1979

"Lunar Lander", o primeiro jogo comercial com gráficos vetoriais, na forma de wireframes, isto é, os objetos eram formados por linhas como se fossem o esqueleto de um modelo 3D, é lançado. Nasce então o antecessor dos gráficos poligonais, usados na maioria dos jogos da atualidade.

Outro jogo lendário é o grande lançamento do ano: "Asteroids". Apesar de ter vendido 80 mil cópias e de ter virado febre nos EUA, o jogo não fez muito sucesso em outros países.



ADVENTURE, SPACE INVADERS E OUTROS (1978-1980)

A Sega solta o "Monaco GP", base para o "Pro Monaco GP", de 1980, e do realista "Super Monaco GP", de 1989.

O sucesso do Atari 2600 prova que os videogames não são uma onda passageira. Conversões e jogos originais continuam a sair exclusivamente para o console, enquanto a empresa negocia os direitos de 'blockbusters' como "Space Invaders".

1980

Lançamento de "Space Invaders" para o Atari 2600. As vendas do console explodem.

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O Intellivision, da Mattel
A Mattel coloca seu console no mercado. Trata-se do Intellivision, que tem os melhores gráficos e um preço bem salgado: US$ 299. Como a Atari, a Mattel era quem melhor produzia jogos para o seu próprio console, mas além de não criar sucessos como os da rival, também não tinha habilidade para negociar com outras empresas de arcade. "Astrosmash" foi um dos primeiros jogos. O console também tinha uma conversão fiel do arcade "Burgertime".

A Actvision é fundada por programadores dissidentes da Atari. Nasce a primeira softhouse terceirizada da história. Não bastasse isso, a nova empresa passa a competir com a antiga anfitriã. Agora, todos os trabalhos recebem créditos individuais e os designers dão palpites para as embalagens e campanhas de marketing de suas criações.

Bob Whitehead cria "Boxing" e "Skiing" para a Activision, jogos de tema esportivo que não eram de interesse da Atari.

Ed Rotberg, da divisão de arcades da Atari, cria o "Battlezone", primeiro jogo 3D em primeira pessoa. Trata-se de um desafio de tanque em cenário bélico. Logo depois, o governo americano encomenda uma versão melhorada e a utiliza com propósitos militares.

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Com "Pac-Man", o criador Toru Iwatani queria popularizar os games entre o público feminino
A Namco lança "Pac Man", o arcade mais famoso de todos os tempos, com mais de 300 mil unidades vendidas em todo o mundo. Seu criador se inspira em uma pizza com sete fatias para criar o personagem. Nos EUA, onde 100 mil máquinas foram vendidas, o jogo ganhou novo nome: "Puck Man". Mas esse rebatismo não durou muito. Por quê? Troque o P por uma outra letrinha e veja o que acontece. Para a felicidade geral de todos, "Puck Man" voltou a ser "Pac Man".

Como a nova onda dos arcades, a Chuck E. Cheese do criador do Atari, Nolan Bushnell, se torna um sucesso.

A Sega obtêm os direitos para lançar "Missile Command", da Atari, no Japão.

Minoru Arakawa, genro de Hiroshi Yamauchi, o chefão da Nintendo do Japão, abre uma filial em Nova York, EUA, que depois se transfere para Seattle. A Nintendo da América tinha um futuro incerto, já que depois de "Computer Othello" não conseguia criar outro sucesso.

Ao lançar "Sasuke vs. Commander", a SNK, outra softhouse que se tornaria famosa, ganha destaque. "Sasuke" é um jogo de tiro com gráficos detalhados e trabalhados para a época, onde o jogador comanda um samurai que tenta proteger seu shogun de ninjas assassinos.