domingo, 6 de maio de 2012

2° Guerra Mundial Parte 15 - Birmânia: A Longa Estrada de Volta

Olá Pessoal,
 
Na parte 15 do resumo sobre a segunda guerra mundial, vamos ver sobre a batalha que as tropas britânicas tiveram na Birmânia, então colonia do Império Britânico.
 
No começo da batalha, as tropas britânicas tiveram muitos problemas como recursos adequados, falta de tropas (pois a maioria dos soldados britânicos, estavam no teatro de guerra europeu lutando com a a Alemanha Nazista), etc.
 
Após diversas derrotas frente aos japoneses, o cenário começou a mudar com a troca de comandos aliados que mudaram as táticas e conseguem assim avançar fazendo os japoneses recuarem e por fim expulsa-los da Birmânia.
 
Uma Boa Leitura,
Bruno Mingrone
 
 

Após a retirada para a Índia em 1942, a primeira tentativa britânica de desafiar a posição japonesa na Birmânia foi a ofensiva de Arakan, que durou de dezembro de 1942 a maio de 1943. Por várias razões, foi um sinistro fiasco: os ingleses tinham recursos inadequados para sustentar uma ofensiva prolongada ou para organizar uma que fosse suficientemente grande; o avanço prosseguiu com tanta lentidão que os japoneses tiveram tempo de sobra para enviar tropas para enfrentá-lo; e a confiança de Wavell em táticas frontais custou muitas vidas. O avanço moveu-se de Assam para o sul, e logo encontrou uma feroz resistência japonesa, mas Wavell resolveu manter a ofensiva, a duras penas. Em abril, o General Slim substituiu Wavell e, encontrando as tropas física e mentalmente exaustas, decidiu passar para a defensiva. Mas não conseguiu deter os japoneses e em maio foram empurrados de volta para a fronteira, até Assam. A ilha de Akyab, cujos campos de pouso tinham sido o objetivo dessa incursão para o interior, continuou nas mãos japonesas.

Enquanto a ofensiva de Arakan perdia a eficácia, atividades no norte geraram um raio de esperança, que, no entanto, também se extinguiu rapidamente. Em fevereiro de 1942, Wavell solicitara que o Brigadeiro Orde Wingate viesse se juntar a ele. Wingate conduzira operações de guerrilha contra os italianos na Etiópia, fôra bem sucedido, e Wavell acreditava que ele pudesse ser útil numa forma similar de atividade na Birmânia. Quis que Wingate criasse e treinasse grupos de penetração de longo alcance, que seriam usados para atacar as comunicações e os postos avançados do inimigo. Deveriam ser especialmente treinados para se igualar à habilidade dos soldados japoneses no combate na selva, e deveriam aprender técnicas de demolição e de comunicações por rádio. Quando estivessem em missão, atrás das linhas inimigas, seriam abastecidos pelo ar.

Em fevereiro de 1943 os Chindits, como foi denominada essa força especial, cruzaram o Chindwin em dois grupos. Movendo-se para leste, atacaram pontes, linhas ferroviárias e postos avançados japoneses, e na metade de março atravessaram o Irrawaddy. Os japoneses nesse meio tempo haviam despachado tropas para se ocupar desse estorvo destrutivo, e os Chindits, ameaçados pela superioridade de forças do inimigo, foram forçados a recuar, voltando para a Índia na metade de abril. A operação conseguira pouca coisa em matéria de vitórias estratégicas, mas provara que os japoneses não eram os únicos senhores da arte de guerrear na selva. Para os japoneses, demonstrou-se a inadequação do Chindwin como barreira, e isso contribuiu em parte para a sua decisão de avançar através da Índia no ano seguinte.

Os chefes aliados, em seguida, consideraram planos para o futuro. Um deles compreendia uma invasão de Rangum por mar, mas foi arquivado porque não havia recursos disponíveis para uma operação como essa. Os americanos estavam ansiosos por restabelecer suas comunicações terrestres com a China, de Mandalay, através da Estrada da Birmânia, de modo que as operações para a próxima estação seca (novembro de 1943 a maio de 1944) se concentrariam, como finalmente ficou decidido, no norte da Birmânia.

Em agosto, Lorde Louis Mountbatten foi designado chefe do recém-criado Comando do Sudeste Asiático, com o General Stilwell como vice, e a força aliada em terra e ar foi organizada como preparativo para a ofensiva. Os japoneses interpretaram corretamente a intenção dos Aliados e começaram, eles também, a traçar planos para um avanço através da fronteira, visando a assegurar a planície de Imphal e as passagens pelas montanhas de Assam, logisticamente importantes. Se bem-sucedida, a operação liquidaria os esquemas aliados de reconquista da Birmânia.

A ofensiva central britânica foi precedida, como estava previsto, por uma nova ofensiva contra Arakan e por um ataque dos Chindits. Em Arakan, no início de 1944, as tropas britânicas começaram a avançar para o sul, rumo à ilha de Akyab. Em fevereiro os japoneses desferiram sua ofensiva em Arakan, e o avanço britânico foi detido e depois liquidado com uma investida japonesa de oeste em direção à costa. As idéias táticas iniciais dos ingleses teriam recomendado uma retirada nessa altura, mas Slim desenvolvera um novo esquema segundo o qual a ala flanqueada recuaria para uma fortaleza estabelecida durante o avanço e permaneceria lá, com abastecimentos aéreos, até que reforços se movessem e pegassem o inimigo que estava fechando o cerco. Na prática viu-se agora que a tática funcionava, e os japoneses abandonaram a ofensiva.

Enquanto isso, a Operação Chindit teve início. Wingate tinha apoio de alto nível dos chefes aliados, e sua força fôra consideravelmente reforçada. Além disso, mudara de idéia quanto à função de seus Grupos de Penetração de Longo Alcance (LRP): nessa nova missão ele poria de lado o antigo método de atacar-e-correr, dando preferência a estabelecer posições avançadas e, com o auxílio de abastecimentos aéreos, firmar-se nelas e partir daí para conseguir vitórias. Assim sua expedição seria a ponta de lança da subseqüente arremetida para o sul, que viria atrás dele. Em 5 de março de 1944, os Chindits partiram, visando Irrawaddy, e logo estavam surpreendentemente próximos do objetivo. Embora inicialmente apanhados de surpresa, os japoneses rapidamente enviaram reforços para Indaw, e no dia 26 de março o ataque da 16a Brigada LRP a Indaw foi repelido. Wingate morrera num acidente de avião dois dias antes, mas mesmo antes da sua morte as operações dos vários grupos Chindits já haviam começado a falhar, e em abril os Chindits foram removidos para o norte, a fim de se reunirem a Stilwell.

Os esforços dos Chindits por trás das linhas não conseguiram romper a ofensiva japonesa, que irrompeu na metade de março. Compreendia duas investidas principais: uma em Imphal e a outra, um amplo movimento de contorno em Kohima. Com alguma dificuldade, devido ao fato de suas forças estarem largamente dispersas na época, os ingleses puderam organizar posições defensivas na planície de Imphal, mas não foram rápidos o suficiente para fortalecer a guarnição de 1.500 homens em Kohima, e para piorar as coisas os japoneses interceptaram a estrada entre Kohima e Imphal.

Por algum tempo a posição pareceu desanimadora, mas a 10 de maio, uma semana depois do ataque a Kohima, o General Slim ordenou uma contra-ofensiva, e no dia 18, após um combate violento, a guarnição de Kohima foi socorrida e os japoneses que a assediavam, expulsos. Houve uma luta feroz em torno de Imphal, também, mas os ingleses, superiores em homens e aviões, logo conseguiram o controle da situação. O comandante japonês, General Mutaguchi, recusou-se a permitir que suas tropas se retirassem, forçando-as a manter a ofensiva até muito tempo depois de toda esperança de vitória estar perdida. Conseqüentemente, as perdas japonesas ultrapassaram a cifra dos 50.000 homens, contra 17.000 do lado britânico.

O sucesso no episódio de Imphal-Kohima indicou aos Aliados que a fortificação japonesa na Birmânia estava no mínimo enfraquecida, mas não fôra rompida. Durante a estação chuvosa de 1944, os Aliados planejaram uma investida central, final, para o sul, em direção a Mandalay e Rangum. Em outubro a Operação Capital foi desencadeada. A força aliada fora consideravelmente aumentada, enquanto os japoneses não receberam quaisquer reforços, já que a prioridade, agora, estava sendo dada à contenção dos progressos americanos no sudoeste do Pacífico. Junto com a investida central veio outro avanço sobre Arakan, desta vez bem sucedido e resultando na captura da ilha de Akyab, com suas bases aéreas. Nesse meio tempo as forças chinesas de Stilwell avançaram para o sul, rumo ao flanco da Estrada da Birmânia, através do Myitkuima. A estrada foi desobstruída em abril de 1945.

Slim planejara dirigir-se para o sul e cercar os japoneses em retirada perto de Meiktila, e apesar de o inimigo se esforçar por romper o cerco o plano funcionou. O caminho para Rangum estava aberto, portanto, e os homens do General Messervy moveram-se rapidamente em direção à cidade, liquidando os japoneses remanescentes pelo caminho.

A 1o de maio a Operação Drácula, o assalto marítimo contra Rangum, foi desferido. Os japoneses já estavam evacuando a cidade, e as forças aliadas logo tomaram posse dela. No dia 6 encontraram-se com Messervy ao norte da capital. A ocupação da Birmânia chegara ao fim, e só restava a tarefa de limpar a área de japoneses remanescentes.


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