segunda-feira, 30 de abril de 2012

2° Guerra Mundial Parte 14 - A Reconquista do Pacífico

Olá Pessoal,
Continuando com o resumo da 2° Guerra Mundial, vamos ler nesse capitulo sobre a reconquista do Pacífico.

Após o ataque japonês à Pearl Harbor em Dezembro de 1941, no qual pegaram os americanos totalmente desprevenidos, os EUA entraram definitivamente na guerra. A resposta americana demorou a acontecer, fato que só ocorreu em abril de 1942 no qual 18 B-52 comandados pelo Tenente-Coronel James Doolittle bombardeou Tóquio elevando assim o moral americano (para quem quer ver um pouco mais dessa história, veja o filme "Pearl Harbor").

Depois desse primeiro ataque, ocorreram várias batalhas como à do Mar de Coral, Midway e Filipinas entre outras.

Uma boa leitura,
Bruno Mingrone


A Reconquista do Pacífico  



USS Arizona em chamas após ser bombardeado
pelos japoneses em Pearl Harbor
O mês de dezembro de 1941 vira o ataque japonês a Pearl Harbor, e os meses seguintes testemunharam a rápida expansão do poder japonês no Pacífico e no sudeste asiático. Mas os americanos esperaram até abril de 1942 para revidar o ataque. A 18 de abril, 18 Mitchell B-52 decolaram de porta-aviões no Pacífico e lançaram suas bombas sobre Tóquio. Esse feito, o ataque a Tóquio, deu aos americanos um estímulo considerável e induziu o alto comando japonês a procurar meios de destruir a frota americana, de modo que o ataque não se repetisse. Resolveram atacar a ilha de Midway, numa manobra que, pensaram eles, levaria os americanos a se arrepender da façanha, pois a presença japonesa em Midway punha em risco a base americana no Havaí. O ataque a Midway seria um diversionamento que esperavam conciliar com êxito a uma investida maior a sudeste, através das Ilhas Salomão. Visavam de fato a interromper o tráfego marítimo entre os Estados Unidos e a Austrália, que estava sendo usada como base para a organização de forças aliadas no Pacífico e como trampolim para operações ofensivas. As forças americanas no sudoeste do Pacífico eram comandadas pelo General Douglas MacArthur, enquanto o Almirante Chester Nimitz era o responsável pelo oceano Pacífico.

O primeiro grande confronto resultante da estratégia japonesa foi a Batalha do Mar de Coral, ocorrida em 8 de maio de 1942. Os americanos tinham ouvido rumores dos planos japoneses e Nimitz enviara todos os aviões disponíveis para o sul, a fim de impedir as invasões japonesas. Seus navios de guerra tinham sido afundados em Pearl Harbor, mas ele conseguiu reunir os porta-aviões Yorktown e Lexington com uma força de cruzadores. Os japoneses puseram em campo dois porta-aviões, junto com cruzadores e destróieres. Em termos de aviões e navios, os adversários estavam praticamente à altura um do outro. Na batalha aérea que se seguiu, a primeira em que os navios de um dos oponentes não viram os do outro, um porta-aviões japonês, o Shokaku, foi forçado a se retirar devido aos danos que sofreu, enquanto o Lexington foi posto a pique. No fim do dia, ambas as partes retrocederam, sem que houvesse um resultado decisivo, mas os japoneses haviam perdido mais aviões do que os americanos, e seus planos de atacar e tomar a cidade-chave de Port Moresby, na Nova Guiné, foram contrariados.
Presidente Roosevelt assinando a
declaração de guerra.
Para o ataque seguinte, na ilha de Midway, o Almirante Yamamoto reuniu quase toda a Marinha Japonesa, mais uma força de invasão. Ele próprio zarpou no novo navio de guerra gigante do Japão, o Yamato, de 73.000 toneladas, com nove canhões de 457 mm. A força naval americana que veio para enfrentá-lo contava apenas com 76 navios, incluindo os porta-aviões Enterprise, Hornet e Yorktown (reparado às pressas depois de ser avariado no conflito do Mar de Coral), contra os 200 de Yamamoto.

No dia 4 de junho, os japoneses desferiram uma investida aérea contra Midway, sem perceber que a frota americana estava se aproximando. Como esse primeiro ataque foi considerado insuficiente, os torpedo-bombardeiros esperando por instruções nos porta-aviões para atacar os navios americanos trocaram seus torpedos por bombas. Foi só então que o comandante dos porta-aviões, o Almirante Nagumo, recebeu notícia da aproximação da força americana. Com seus torpedo-bombardeiros equipados com bombas e muitos de seus aviões de combate ausentes em missão de patrulhamento, sua posição era fraca. Entretanto, quando as três primeiras levas de aviões americanos chegaram, sofreram perdas tão devastadoras, causadas pelo fogo antiaéreo e pelos aviões de combate, que Nagumo sentiu que levara vantagem.

Sua confiança, porém, foi efêmera. Poucos minutos depois, 37 bombardeiros de mergulho americanos atacaram. Três dos porta-aviões japoneses - Akagi, Kaga e Soryu - foram liquidados, enquanto o quarto, Hiryu, afundaria mais tarde, depois de atingir o Yorktown tão seriamente que este precisou ser abandonado.

Para os japoneses o revés foi considerável. Perderam quatro porta-aviões e 330 aviões. Foi a vez de os americanos levarem vantagem e ganharem uma valiosa pausa para retomar fôlego.

O avanço japonês no sudoeste do Pacífico foi retardado, mas ainda estavam fazendo progressos nas Ilhas Salomão e, apesar do contratempo no Mar de Coral, que frustrou seus planos para uma incursão marítima contra Port Moresby, continuaram a ameaçar a posição aliada na Nova Guiné. Em 21 de julho de 1942 uma tropa japonesa desembarcou perto de Buna, na costa norte da península de Papua, na Nova Guiné, com ordens de marchar por terra sobre Port Moresby, na costa sul. Embora o terreno fosse difícil e montanhoso, tomaram Kokoda, a meio caminho da península, e empurraram os defensores australianos para até 21 km de Port Moresby antes de serem detidos. MacArthur logo reuniu reforços americanos e australianos e em breve os japoneses estavam em retirada. A 2 de novembro, tropas australianas reocuparam Kokoda, e a 21 de janeiro de 1943 a resistência japonesa se esgotou perto de Buna, de onde a ofensiva fôra desfechada.

Enquanto prosseguia a luta por Port Moresby, outra guerra assolava a ilha de Guadalcanal, nas Ilhas Salomão. Depois de seu sucesso em Midway, os americanos resolveram passar à ofensiva no sudoeste do Pacífico, e estavam preparando os planos para o restabelecimento da posição aliada quando aviões de reconhecimento comunicaram, em 5 de julho de 1942, que forças japonesas se haviam movido da ilha de Tulagi rumo a Guadalcanal, onde haviam começado a trabalhar num campo de pouso. Isso representaria uma futura ameaça de bombardeiros japoneses, percebeu o comando aliado, e a captura de Guadalcanal instantaneamente adquiriu caráter de prioridade. No dia 7 de agosto, marinheiros americanos desembarcaram na ilha, para encontrar o campo de pouso quase pronto e os japoneses escondidos na selva. Enquanto isso, em Tulagi, a guarnição japonesa era liquidada.

Apesar do sucesso americano inicial, os japoneses não demoraram a pagar na mesma moeda. Em 9 de agosto uma força naval comandada pelo Almirante Mikawa, compreendendo cinco cruzadores pesados, dois leves e um destróier, insinuou-se pelo Slot (a estreita passagem entre as duas cadeias das Ilhas Salomão), afundou quatro cruzadores pesados e inutilizou um quinto. Esse desastroso ataque obrigou a força naval americana remanescente a recuar, deixando incompleta a missão de desembarcar suprimentos em Guadalcanal. Os homens na ilha ficaram isolados, e tivessem os japoneses decidido capitalizar essa vantagem recém-obtida, poderiam ter feito uma devastação. Mas cometeram o erro de subestimar a força das tropas americanas em Guadalcanal (contando então cerca de 11.000 homens), e ao invés de enviar uma poderosa tropa para liquidá-las, enviaram apenas 1.500 homens, que foram destroçados ao desembarcar.

Quando despacharam a remessa seguinte, de 2.000 homens, prepararam uma armadilha para a frota americana. O pequeno porta-aviões Ryujo e os navios transportando os homens deveriam servir de isca para atrair a frota americana, como em Midway, Enquanto atrás deles navegariam dois navios de guerra e dois porta-aviões de esquadra. Felizmente o serviço de inteligência americano advertira do plano o Almirante Ghormley, comandante das forças na área, que já estava à espera dos japoneses quando chegaram. Nessa batalha, a das Salomão orientais, em 24 de agosto, os japoneses perderam o Ryujo e 70 aviões, enquanto o porta-aviões americano Enterprise sofreu avarias. Mas o confronto terminou empatado e, à noite, ambas as partes se retiraram.

Depois disso houve um período de calma, mas os japoneses foram pouco a pouco despejando homens em Guadalcanal a bordo de destróieres, cuja passagem periódica fez que merecessem o apelido de “Expresso de Tóquio”. No começo de outubro tinham 22.000 homens na ilha, e na metade do mês o campo de pouso conhecido como Henderson Field foi repetidamente atacado, sendo destruído um grande número de aviões americanos. A violenta luta que assolava a região desde a metade do verão, em condições de opressivo calor e umidade, estava começando a cobrar ser preço, mas quando os japoneses desferiram uma ofensiva maior, a 24 de outubro, os americanos, sofrendo pequenas perdas, conseguiram rechaçá-los, impingindo-lhes pesadas baixas.

Enquanto isso Yamamoto se movia com uma grande frota, esperando encontrar Henderson Field nas mãos dos japoneses. No confronto que se seguiu, em 26 de outubro, a Batalha das Ilhas de Santa Cruz, o porta-aviões americano Hornet foi afundado e o Enterprise novamente avariado. Dois porta-aviões japoneses foram danificados, mas sua perda maior foi em aviões, 70 ao todo. Suas perdas aéreas estavam atingindo um índice com que não podiam arcar, enquanto o poder aéreo americano estava sendo aumentado.

Entretanto, os japoneses tentaram de novo, em dois conflitos navais consecutivos, que ocorreram entre 13 e 15 de novembro. Houve perdas de ambos os lados, mas as japonesas foram mais sérias. De um destacamento de 11.000 homens enviados para reforçar as tropas de Guadalcanal, apenas 4.000 foram desembarcadas.

Em terra os americanos haviam tomado a ofensiva. Os reforços e suprimentos japoneses não estavam conseguindo passar, as tropas estavam sob regime de redução de rações, mas continuavam lutando inflexivelmente. Em janeiro de 1943, porém, o comandante japonês percebeu que o fim estava próximo. Entre os dias 1o e 7 de fevereiro, as forças de Guadalcanal foram evacuadas, deixando os americanos como senhores da ilha.


                                                   A Guerra do Pacífico
                                           
Com Guadalcanal garantida, os Aliados podiam fazer face à tarefa de se apoderar do resto das Ilhas Salomão e da grande base japonesa em Rabaul, na Nova Bretanha. Propôs-se um ataque a Rabaul partindo de duas direções, com MacArthur e o sucessor de Ghormley, o Almirante Halsey, trabalhando juntos. MacArthur deveria garantir as ilhas Trobiand, a área de Lae-Salamaua, na Nova Guiné, e a ponta ocidental da Nova Bretanha (Rabaul ficava na ponta oriental). Halsey, por sua vez, se ocuparia do resto das Salomão e de Bougainville, que serviria de bom trampolim para um assalto à Nova Bretanha.
No final de junho de 1943 a operação conjunta foi desencadeada. As ilhas Trobriand foram tomadas com facilidade e, na metade de setembro, depois de alguma dificuldade, o objetivo de Lae-Salamaua era atingido. Uma brava resistência foi encontrada nas Salomão, mas pelo meio de agosto Nova Geórgia fôra garantida, fornecendo uma base para vôos sobre Bougainville. Até então a campanha levara mais tempo do que o esperado, e o custo em vidas humanas e material fôra alto demais: era necessário reconsiderar, se não se quisesse que a campanha se arrastasse indefinidamente. Pensou-se num plano. Os Aliados podiam saltar por sobre as posições japonesas mais fortemente defendidas e, isolando-as, neutralizá-las. A estratégia seria essa, mas enquanto isso, em novembro de 1943, dariam continuidade aos desembarques previstos em Bougainville.

Os japoneses viam uma presença americana em Bougainville como uma séria ameaça à sua importante base em Rabaul, e enviaram uma unidade naval para impedir os desembarques, a qual, no entanto, seria derrotada pela frota americana do Almirante Spruance. Nesse meio tempo, em Bougainville, Halsey estava tentando estabelecer uma posição suficientemente grande para acomodar o campo de pouso que estava nos planos, mas havia 55.000 soldados japoneses na ilha e os esforços de Halsey para aumentar a área dominada pelos americanos depararam com forte resistência. De qualquer modo, no final do ano tinham obtido êxito.

O movimento seguinte deveria ter sido contra Rabaul, mas resolveu-se isolá-la ao invés de atacá-la, particularmente porque as vitórias americanas em outros lugares haviam reduzido sua ameaça potencial. Assim, em vez de atacá-la, constituiriam um campo de pouso na ponta ocidental da Nova Bretanha, a fim de desferir uma última ofensiva contra as forças japonesas. Esse plano foi avante, o campo de pouso, construído, e no final de 1944 os Aliados haviam estabelecido uma posição dominante na Nova Guiné, com os japoneses em retirada.

Com todos esses objetivos atingidos, com as Ilhas do Almirantado, Marshall e Gilbert igualmente cercadas, e com Rabaul isolada, portanto neutralizada, os Aliados planejaram seu próximo movimento - um ataque nas Filipinas, o palco da derrota de 1941.


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