segunda-feira, 30 de abril de 2012

2° Guerra Mundial Parte 14 - A Reconquista do Pacífico

Olá Pessoal,
Continuando com o resumo da 2° Guerra Mundial, vamos ler nesse capitulo sobre a reconquista do Pacífico.

Após o ataque japonês à Pearl Harbor em Dezembro de 1941, no qual pegaram os americanos totalmente desprevenidos, os EUA entraram definitivamente na guerra. A resposta americana demorou a acontecer, fato que só ocorreu em abril de 1942 no qual 18 B-52 comandados pelo Tenente-Coronel James Doolittle bombardeou Tóquio elevando assim o moral americano (para quem quer ver um pouco mais dessa história, veja o filme "Pearl Harbor").

Depois desse primeiro ataque, ocorreram várias batalhas como à do Mar de Coral, Midway e Filipinas entre outras.

Uma boa leitura,
Bruno Mingrone


A Reconquista do Pacífico  



USS Arizona em chamas após ser bombardeado
pelos japoneses em Pearl Harbor
O mês de dezembro de 1941 vira o ataque japonês a Pearl Harbor, e os meses seguintes testemunharam a rápida expansão do poder japonês no Pacífico e no sudeste asiático. Mas os americanos esperaram até abril de 1942 para revidar o ataque. A 18 de abril, 18 Mitchell B-52 decolaram de porta-aviões no Pacífico e lançaram suas bombas sobre Tóquio. Esse feito, o ataque a Tóquio, deu aos americanos um estímulo considerável e induziu o alto comando japonês a procurar meios de destruir a frota americana, de modo que o ataque não se repetisse. Resolveram atacar a ilha de Midway, numa manobra que, pensaram eles, levaria os americanos a se arrepender da façanha, pois a presença japonesa em Midway punha em risco a base americana no Havaí. O ataque a Midway seria um diversionamento que esperavam conciliar com êxito a uma investida maior a sudeste, através das Ilhas Salomão. Visavam de fato a interromper o tráfego marítimo entre os Estados Unidos e a Austrália, que estava sendo usada como base para a organização de forças aliadas no Pacífico e como trampolim para operações ofensivas. As forças americanas no sudoeste do Pacífico eram comandadas pelo General Douglas MacArthur, enquanto o Almirante Chester Nimitz era o responsável pelo oceano Pacífico.

O primeiro grande confronto resultante da estratégia japonesa foi a Batalha do Mar de Coral, ocorrida em 8 de maio de 1942. Os americanos tinham ouvido rumores dos planos japoneses e Nimitz enviara todos os aviões disponíveis para o sul, a fim de impedir as invasões japonesas. Seus navios de guerra tinham sido afundados em Pearl Harbor, mas ele conseguiu reunir os porta-aviões Yorktown e Lexington com uma força de cruzadores. Os japoneses puseram em campo dois porta-aviões, junto com cruzadores e destróieres. Em termos de aviões e navios, os adversários estavam praticamente à altura um do outro. Na batalha aérea que se seguiu, a primeira em que os navios de um dos oponentes não viram os do outro, um porta-aviões japonês, o Shokaku, foi forçado a se retirar devido aos danos que sofreu, enquanto o Lexington foi posto a pique. No fim do dia, ambas as partes retrocederam, sem que houvesse um resultado decisivo, mas os japoneses haviam perdido mais aviões do que os americanos, e seus planos de atacar e tomar a cidade-chave de Port Moresby, na Nova Guiné, foram contrariados.
Presidente Roosevelt assinando a
declaração de guerra.
Para o ataque seguinte, na ilha de Midway, o Almirante Yamamoto reuniu quase toda a Marinha Japonesa, mais uma força de invasão. Ele próprio zarpou no novo navio de guerra gigante do Japão, o Yamato, de 73.000 toneladas, com nove canhões de 457 mm. A força naval americana que veio para enfrentá-lo contava apenas com 76 navios, incluindo os porta-aviões Enterprise, Hornet e Yorktown (reparado às pressas depois de ser avariado no conflito do Mar de Coral), contra os 200 de Yamamoto.

No dia 4 de junho, os japoneses desferiram uma investida aérea contra Midway, sem perceber que a frota americana estava se aproximando. Como esse primeiro ataque foi considerado insuficiente, os torpedo-bombardeiros esperando por instruções nos porta-aviões para atacar os navios americanos trocaram seus torpedos por bombas. Foi só então que o comandante dos porta-aviões, o Almirante Nagumo, recebeu notícia da aproximação da força americana. Com seus torpedo-bombardeiros equipados com bombas e muitos de seus aviões de combate ausentes em missão de patrulhamento, sua posição era fraca. Entretanto, quando as três primeiras levas de aviões americanos chegaram, sofreram perdas tão devastadoras, causadas pelo fogo antiaéreo e pelos aviões de combate, que Nagumo sentiu que levara vantagem.

Sua confiança, porém, foi efêmera. Poucos minutos depois, 37 bombardeiros de mergulho americanos atacaram. Três dos porta-aviões japoneses - Akagi, Kaga e Soryu - foram liquidados, enquanto o quarto, Hiryu, afundaria mais tarde, depois de atingir o Yorktown tão seriamente que este precisou ser abandonado.

Para os japoneses o revés foi considerável. Perderam quatro porta-aviões e 330 aviões. Foi a vez de os americanos levarem vantagem e ganharem uma valiosa pausa para retomar fôlego.

O avanço japonês no sudoeste do Pacífico foi retardado, mas ainda estavam fazendo progressos nas Ilhas Salomão e, apesar do contratempo no Mar de Coral, que frustrou seus planos para uma incursão marítima contra Port Moresby, continuaram a ameaçar a posição aliada na Nova Guiné. Em 21 de julho de 1942 uma tropa japonesa desembarcou perto de Buna, na costa norte da península de Papua, na Nova Guiné, com ordens de marchar por terra sobre Port Moresby, na costa sul. Embora o terreno fosse difícil e montanhoso, tomaram Kokoda, a meio caminho da península, e empurraram os defensores australianos para até 21 km de Port Moresby antes de serem detidos. MacArthur logo reuniu reforços americanos e australianos e em breve os japoneses estavam em retirada. A 2 de novembro, tropas australianas reocuparam Kokoda, e a 21 de janeiro de 1943 a resistência japonesa se esgotou perto de Buna, de onde a ofensiva fôra desfechada.

Enquanto prosseguia a luta por Port Moresby, outra guerra assolava a ilha de Guadalcanal, nas Ilhas Salomão. Depois de seu sucesso em Midway, os americanos resolveram passar à ofensiva no sudoeste do Pacífico, e estavam preparando os planos para o restabelecimento da posição aliada quando aviões de reconhecimento comunicaram, em 5 de julho de 1942, que forças japonesas se haviam movido da ilha de Tulagi rumo a Guadalcanal, onde haviam começado a trabalhar num campo de pouso. Isso representaria uma futura ameaça de bombardeiros japoneses, percebeu o comando aliado, e a captura de Guadalcanal instantaneamente adquiriu caráter de prioridade. No dia 7 de agosto, marinheiros americanos desembarcaram na ilha, para encontrar o campo de pouso quase pronto e os japoneses escondidos na selva. Enquanto isso, em Tulagi, a guarnição japonesa era liquidada.

Apesar do sucesso americano inicial, os japoneses não demoraram a pagar na mesma moeda. Em 9 de agosto uma força naval comandada pelo Almirante Mikawa, compreendendo cinco cruzadores pesados, dois leves e um destróier, insinuou-se pelo Slot (a estreita passagem entre as duas cadeias das Ilhas Salomão), afundou quatro cruzadores pesados e inutilizou um quinto. Esse desastroso ataque obrigou a força naval americana remanescente a recuar, deixando incompleta a missão de desembarcar suprimentos em Guadalcanal. Os homens na ilha ficaram isolados, e tivessem os japoneses decidido capitalizar essa vantagem recém-obtida, poderiam ter feito uma devastação. Mas cometeram o erro de subestimar a força das tropas americanas em Guadalcanal (contando então cerca de 11.000 homens), e ao invés de enviar uma poderosa tropa para liquidá-las, enviaram apenas 1.500 homens, que foram destroçados ao desembarcar.

Quando despacharam a remessa seguinte, de 2.000 homens, prepararam uma armadilha para a frota americana. O pequeno porta-aviões Ryujo e os navios transportando os homens deveriam servir de isca para atrair a frota americana, como em Midway, Enquanto atrás deles navegariam dois navios de guerra e dois porta-aviões de esquadra. Felizmente o serviço de inteligência americano advertira do plano o Almirante Ghormley, comandante das forças na área, que já estava à espera dos japoneses quando chegaram. Nessa batalha, a das Salomão orientais, em 24 de agosto, os japoneses perderam o Ryujo e 70 aviões, enquanto o porta-aviões americano Enterprise sofreu avarias. Mas o confronto terminou empatado e, à noite, ambas as partes se retiraram.

Depois disso houve um período de calma, mas os japoneses foram pouco a pouco despejando homens em Guadalcanal a bordo de destróieres, cuja passagem periódica fez que merecessem o apelido de “Expresso de Tóquio”. No começo de outubro tinham 22.000 homens na ilha, e na metade do mês o campo de pouso conhecido como Henderson Field foi repetidamente atacado, sendo destruído um grande número de aviões americanos. A violenta luta que assolava a região desde a metade do verão, em condições de opressivo calor e umidade, estava começando a cobrar ser preço, mas quando os japoneses desferiram uma ofensiva maior, a 24 de outubro, os americanos, sofrendo pequenas perdas, conseguiram rechaçá-los, impingindo-lhes pesadas baixas.

Enquanto isso Yamamoto se movia com uma grande frota, esperando encontrar Henderson Field nas mãos dos japoneses. No confronto que se seguiu, em 26 de outubro, a Batalha das Ilhas de Santa Cruz, o porta-aviões americano Hornet foi afundado e o Enterprise novamente avariado. Dois porta-aviões japoneses foram danificados, mas sua perda maior foi em aviões, 70 ao todo. Suas perdas aéreas estavam atingindo um índice com que não podiam arcar, enquanto o poder aéreo americano estava sendo aumentado.

Entretanto, os japoneses tentaram de novo, em dois conflitos navais consecutivos, que ocorreram entre 13 e 15 de novembro. Houve perdas de ambos os lados, mas as japonesas foram mais sérias. De um destacamento de 11.000 homens enviados para reforçar as tropas de Guadalcanal, apenas 4.000 foram desembarcadas.

Em terra os americanos haviam tomado a ofensiva. Os reforços e suprimentos japoneses não estavam conseguindo passar, as tropas estavam sob regime de redução de rações, mas continuavam lutando inflexivelmente. Em janeiro de 1943, porém, o comandante japonês percebeu que o fim estava próximo. Entre os dias 1o e 7 de fevereiro, as forças de Guadalcanal foram evacuadas, deixando os americanos como senhores da ilha.


                                                   A Guerra do Pacífico
                                           
Com Guadalcanal garantida, os Aliados podiam fazer face à tarefa de se apoderar do resto das Ilhas Salomão e da grande base japonesa em Rabaul, na Nova Bretanha. Propôs-se um ataque a Rabaul partindo de duas direções, com MacArthur e o sucessor de Ghormley, o Almirante Halsey, trabalhando juntos. MacArthur deveria garantir as ilhas Trobiand, a área de Lae-Salamaua, na Nova Guiné, e a ponta ocidental da Nova Bretanha (Rabaul ficava na ponta oriental). Halsey, por sua vez, se ocuparia do resto das Salomão e de Bougainville, que serviria de bom trampolim para um assalto à Nova Bretanha.
No final de junho de 1943 a operação conjunta foi desencadeada. As ilhas Trobriand foram tomadas com facilidade e, na metade de setembro, depois de alguma dificuldade, o objetivo de Lae-Salamaua era atingido. Uma brava resistência foi encontrada nas Salomão, mas pelo meio de agosto Nova Geórgia fôra garantida, fornecendo uma base para vôos sobre Bougainville. Até então a campanha levara mais tempo do que o esperado, e o custo em vidas humanas e material fôra alto demais: era necessário reconsiderar, se não se quisesse que a campanha se arrastasse indefinidamente. Pensou-se num plano. Os Aliados podiam saltar por sobre as posições japonesas mais fortemente defendidas e, isolando-as, neutralizá-las. A estratégia seria essa, mas enquanto isso, em novembro de 1943, dariam continuidade aos desembarques previstos em Bougainville.

Os japoneses viam uma presença americana em Bougainville como uma séria ameaça à sua importante base em Rabaul, e enviaram uma unidade naval para impedir os desembarques, a qual, no entanto, seria derrotada pela frota americana do Almirante Spruance. Nesse meio tempo, em Bougainville, Halsey estava tentando estabelecer uma posição suficientemente grande para acomodar o campo de pouso que estava nos planos, mas havia 55.000 soldados japoneses na ilha e os esforços de Halsey para aumentar a área dominada pelos americanos depararam com forte resistência. De qualquer modo, no final do ano tinham obtido êxito.

O movimento seguinte deveria ter sido contra Rabaul, mas resolveu-se isolá-la ao invés de atacá-la, particularmente porque as vitórias americanas em outros lugares haviam reduzido sua ameaça potencial. Assim, em vez de atacá-la, constituiriam um campo de pouso na ponta ocidental da Nova Bretanha, a fim de desferir uma última ofensiva contra as forças japonesas. Esse plano foi avante, o campo de pouso, construído, e no final de 1944 os Aliados haviam estabelecido uma posição dominante na Nova Guiné, com os japoneses em retirada.

Com todos esses objetivos atingidos, com as Ilhas do Almirantado, Marshall e Gilbert igualmente cercadas, e com Rabaul isolada, portanto neutralizada, os Aliados planejaram seu próximo movimento - um ataque nas Filipinas, o palco da derrota de 1941.


Aconteceu Hoje na História - 30 de Abril de 1945

Adolf Hitler e Eva Braun cometem suicídio

No dia 30 de abril de 1945, Adolf Hitler e Eva Braun cometeram suicídio em Berlim – ele com um tiro na cabeça e ela com uma cápsula de cianureto. Depois, seus corpos foram queimados com gasolina. Na época, a saúde de Hitler estava muito debilitada e, após uma derrota em Ardenas, ele se refugiu em um bunker, onde aconteceram os suicídios. Vinte e três anos mais jovem, Eva conheceu Hitler em um estúdio de fotografia, em 1929. Entre 1932 e 1935, ela tentou se matar duas vezes, mas sem sucesso. A partir daí, Hitler lhe deu um pouco mais de atenção, já que ambos não se viam muitas vezes. A relação era mantida em segredo e Eva raramente era vista em público. Eles se casaram apenas no dia 29 de abril, na véspera do suicídio.

Fonte; www.seuhistory.com

domingo, 22 de abril de 2012

O Descobrimento do Brasil 22 de Abril de 1500

Olá Pessoal,

Vamos dar uma pausa nas postagens da história da segunda guerra pois hoje é uma data muito especial.

Nessa data comemoramos o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral, mas será que foi ele mesmo quem descobril o Brasil?  Muitos historiadores hoje estão revendo esse conceito pois já foi descoberto que em 1498, uma frota de Duarte Pacheco Pereira atracou no litoral brasileiro, mais precisamente no litoral dos estados do Pará e do Maranhão conforme veremos nessa materia abaixo.

Essa discussão ainda vai render muito e poderemos ter novidades nas aulas de história futuramente.

Uma boa leitura,
Bruno Mingrone


Cabral não foi o primeiro a chegar ao país.


Em dezembro de 1498, uma frota de oito navios, sob o comando de Duarte Pacheco Pereira, atingiu o litoral brasileiro e chegou a explorá-lo, à altura dos atuais Estados do Pará e do Maranhão. Essa primeira chegada dos portugueses ao continente sul-americano foi mantida em rigoroso segredo. Estadistas hábeis, os dois últimos reis de Portugal entre os séculos 15 e 16 - D. João II e D. Manuel I - procuravam impedir que os espanhóis tivessem conhecimento de seus projetos.

Pouco depois do retorno de Vasco da Gama a Lisboa, em agosto de 1499, D. Manuel I, em parceria com investidores particulares, organizava uma nova expedição para Calicute. Decidido a impressionar o monarca local, ou a convencê-lo pelas armas, o rei enviava agora uma expedição ostensivamente rica e poderosa, composta de 13 navios com uma tripulação estimada entre 1.200 e 1.500 homens.

Seu comando foi confiado a um fidalgo de 33 anos, chamado Pedro Álvares Cabral. A bordo, estavam presentes alguns dos mais experientes navegadores portugueses, como Bartolomeu Dias, o mesmo que dobrou o cabo da Boa Esperança, atingindo pela primeira vez o oceano Índico.

A partida da armada de Cabral foi programada para 8 de março de 1500, embora tenha sido adiada para o dia seguinte, devido ao mau tempo. Uma cerimônia espetacular foi organizada na ocasião pelo rei de Portugal. Toda a população de Lisboa - cerca de 60 mil pessoas - foi convocada para assistir a ela, o que era uma forma de oficializar o pioneirismo português no caminho da Índia, assegurando para o reino luso os direitos do comércio com o Oriente.

Cabral chega ao Brasil


Rumo ao Ocidente, a frota chegou às ilhas Canárias cinco dias depois da partida e dirigiu-se para o arquipélago de Cabo Verde, onde uma nau desapareceu no mar. Após tentar em vão encontrá-la, o comandante decidiu seguir a viagem. Cruzou a linha do Equador a 9 de abril, seguindo uma rota para o sudoeste que avançava nessa direção, comparativamente ao caminho seguido por Vasco da Gama.

No entardecer do dia 22 de abril, ancorou em frente a um monte, batizado de Pascoal, no magnífico cenário do litoral Sul do atual estado de Bahia. Antes de continuar a viagem para a Índia, os navegantes permaneceriam ali até o dia 2 de maio, tomando posse da terra, "em nome de d. Manuel I e de Jesus Cristo".

Assim, a chegada de Cabral ao Brasil é dois anos posterior à de Duarte Pacheco. Além disso, o atual território brasileiro já era habitado desde tempos pré-históricos. Cinco milhões de índios espalhavam-se particularmente ao longo do litoral, em 1500.

Por isso é preciso relativizar a idéia de que ocorreu um descobrimento a 22 de abril. Na verdade, a data marca a tomada de posse das terras brasileiras pelo reino de Portugal, o que significa a integração do país no contexto da história européia e global.
 

Cabral chegou ao Brasil por acaso?


Durante muitos anos, um outro aspecto da viagem de Cabral provocou polêmica: a chegada dos portugueses ao Brasil teria ocorrido devido ao acaso?

Atualmente, à luz dos fatos conhecidos, a teoria da intencionalidade já conta com o aval da ciência.

Em primeiro lugar, porque D. Manuel já estava informado a respeito da viagem de Duarte Pacheco e da chegada de Colombo ao Caribe, bem como recebera informações da viagem de Vasco da Gama, que observara indícios de terra firme ao passar ao largo da costa brasileira a caminho da Índia.

Além disso, vários outros elementos concorrem para aumentar as probabilidades da hipótese de Cabral ter outra missão a realizar no Atlântico, antes de seguir para o oceano Índico. Entre outros, podem ser citados:
1) as instruções confidenciais transmitidas pelo rei ao capitão-mor da armada, que jamais se tornaram conhecidas;
2) a permanência da frota na terra por uma semana, demora que não se justificaria caso o único objetivo de Cabral fosse atingir rapidamente Calicute; e
3) o grande interesse demonstrado em conquistar a simpatia dos indígenas brasileiros. A esquadra de Cabral deixou no Brasil dois degredados, com o objetivo de aprender a língua dos índios e recolher informações sobre o seu modo de vida.

Troca de gentilezas: inicia o escambo

 

A chegada ao Brasil, o desembarque e a estadia dos portugueses na terra foram documentados por vários integrantes da expedição, que escreveram cartas ao rei relatando os fatos. Somente três desses depoimentos chegaram até a atualidade. A "Carta de Achamento do Brasil", de Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada, é o mais rico em detalhes.

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O desembarque dos portugueses no Brasil, segundo a visão do pintor Oscar Pereira da Silva



De acordo com a narrativa de Caminha, a 21 de abril, os navios encontraram os primeiros indícios de terra: um tapete flutuante de algas marinhas, conhecidas dos marinheiros pelos nomes de "botelhos" e "rabos-de-asno". Na manhã seguinte, avistaram-se "fura-buchos", ou gaivotas, e, de tarde, o monte alto a que "o capitão deu o nome de Pascoal".

Ali os portugueses ancoraram e passaram a noite, a uma distância de 36 quilômetros da costa. No dia 23, veio a terra Nicolau Coelho, um navegador experiente, que travou o primeiro contato com um grupo de índios: "eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse as suas vergonhas. Traziam nas mãos arcos e setas".

O primeiro contato foi breve e amigável. Apesar do barulho da arrebentação do mar e do desconhecimento das respectivas línguas, tupiniquins e portugueses conseguiram se entender trocando presentes.

Conforme Caminha, "Nicolau Coelho somente lhes pôde dar então um barrete vermelho, uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. E um deles lhe deu um sombreiro de penas de ave, com uma copazinha pequena de penas vermelhas e pardas como de papagaios, e um outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, parecidas com as de aljôfar".

 

Índios a bordo


No segundo contato entre brancos e índios aconteceu na noite do dia seguinte, no lugar a que os portugueses chamaram de Porto Seguro.

Ao explorar a região onde pretendiam ancorar, o piloto Afonso Lopes "tomou, então, dois daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos, que estavam numa jangada".

Os índios foram levados a bordo da nau capitânea e apresentados a Cabral e a alguns dos principais da armada. "Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo: pegaram-no logo com a mão e acenavam para a terra, como a dizer que ali os havia. Mostraram-lhes um carneiro: não fizeram caso dele; uma galinha: quase tiveram medo dela - não lhe queriam tocar, para logo depois tomá-la, com um grande espanto nos olhos."

Primeira missa realizada no Brasil


Entre 24 e 25 de abril, um número maior de portugueses foi à terra e os contatos com os índios foram freqüentes. Na impossibilidade de comunicação lingüística, as tentativas de entendimento se basearam na troca de produtos entre índios e portugueses.

No dia 26, o primeiro domingo após a Páscoa, por ordem do capitão, o frade franciscano Henrique Soares de Coimbra rezou uma missa, no ilhéu da Coroa Vermelha, assistida pela tripulação e, à distância, em terra firme, por cerca de 200 índios, dos quais, ao final da missa, "muitos se levantaram e começaram a tocar corno ou buzina, saltando e dançando por um bom tempo".

A tarde continuou em clima de confraternização: "Passou-se, então, além do rio, Diogo Dias que fora tesoureiro da Casa Real em Sacavém, o qual é homem gracioso e de prazer; e levou consigo um gaiteiro nosso com sua gaita. Logo meteu-se com eles a dançar, tomando-os pelas mãos; e eles folgavam e riam, e o acompanhavam muito bem ao som da gaita. Depois de dançarem, fez-lhe ali, andando no chão, muitas voltas ligeiras e o salto mortal, de que eles se espantavam muito e riam e folgavam."

Ao som de um tamborim


O caráter festivo dos encontros entre brancos e índios foi a regra durante todos os dias em terra, embora portugueses não deixassem de manter uma postura de desconfiança. Segundo o escrivão, "na quinta-feira, derradeiro dia de abril, [...] enquanto ali andavam, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som de um tamborim nosso, como se fossem mais amigos nossos do que nós seus".

Em outro trecho de sua carta, três parágrafos antes, Caminha havia esclarecido que "estavam já mais mansos e seguros entre nós do que nós estávamos entre eles".

Em meio a essas festividades, os portugueses cuidaram também de preparar os navios para o prosseguimento da viagem. Em 1º de maio, ocorreu a cerimônia de posse oficial da terra. Uma grande cruz de madeira, com as armas reais de D. Manuel, foi erguida na baía Cabrália e Frei Henrique de Coimbra celebrou sua segunda missa. Os índios a assistiram numa atitude reverente que impressionou os portugueses.

Por sua vez, estes os presentearam com crucifixos de estanho. No dia seguinte, pela manhã, a esquadra partiu, deixando em terra dois degredados - condenados à morte que trocavam sua pena pelo exílio em terras desconhecidas. Para ambos, a situação era dramática: choravam muito, precisando ser consolados pelos índios. Só seriam resgatados dois anos mais tarde, em novembro de 1501, pela segunda expedição portuguesa ao Brasil.

Além deles, permaneceram na terra outros dois portugueses, que desertaram e cujo destino é desconhecido. Com a armada, Cabral seguiu rumo à Índia. A nau de mantimentos, sob o comando de Gaspar de Lemos, separou-se da esquadra, com o objetivo de retornar a Lisboa e comunicar ao rei o "achamento", palavra empregada nos textos da época. A 23 de maio, a armada atingia o Cabo da Boa Esperança, onde foi colhida numa tempestade que fez três embarcações naufragarem. Numa delas, estava Bartolomeu Dias que, assim, acabou sepultado justamente no local que o fez passar à história.

 

Terra dos Papagaios


Somente em setembro os portugueses atingiriam Calicute. Enfrentaram a hostilidade dos comerciantes muçulmanos que resultou num ataque à feitoria estabelecida pelos portugueses, em dezembro de 1500 (nele morreu o escrivão Pero Vaz de Caminha).

Ainda assim, a viagem de Cabral - que se encerrou em julho de 1501, com a chegada do comandante a Lisboa - foi coroada de êxito comercial e deu início ao comércio regular entre Portugal e a Índia. Os lucros por ele proporcionado fizeram com que o Brasil não ocupasse maior atenção dos portugueses durante quase 30 anos - período chamado de pré-colonial.

O território que Cabral chamou de Vera Cruz, rebatizado de Santa Cruz pelo rei, foi visitada por portugueses, espanhóis e franceses durante esse período. Os documentos e mapas da época mencionam-na dessa maneira, ou ainda como Terra dos Papagaios, como aparece em documentos de comerciantes e diplomatas florentinos. Data de 1512 o primeiro manuscrito a utilizar o termo Brasil, difundido oralmente pelo povo e que suplantaria gradualmente os outros, batizando definitivamente o país.











domingo, 8 de abril de 2012

2° Guerra Mundial Parte 13 - A Normandia e a Libertação da França.

Olá Pessoal,
 
Nesse capítulo, vamos ler sobre a libertação da França. Essa operação foi chamada de Overlord pelas forças aliadas dos EUA e Inglaterra e teve início no dia 06 de Junho de 1944 "O DIA D".
 
Essa operação contou com 30.000 pára-quedistas, 150.000 homens transportados por 2700 embarcações. Foi uma operação de proporções épicas e que deu inicio a declínio militar alemão.
Para quem gosta desse tema, eu indico assistir a série "Band of Brothers" que na minha opinião é a melhor produção feita com o tema, além de ler os livros "O Dia D", "Band of Brothers" e "Soldados Cidadão", todos de Stephen E. Ambrose.
 
Uma Boa Leitura e até a próxima.
Bruno Mingrone
 
 
A Normandia e a Liberatação da França.
 
 
Invasão da Normandia no Dia D
Hitler, de seu lado, não deixara de antecipar a probabilidade de uma invasão da França, e havia destacado Rommel para defender a costa desde a Holanda até a Bretanha. Von Rundstedt, na qualidade de comandante supremo na França, controlaria as operações e manteria reservas móveis na retaguarda de Rommel. Armadilhas para tanques, casamatas e outras fortificações foram erguidas ao longo da costa, formando a “muralha do Atlântico”, mas os preparativos de Hitler foram obstruídos pela falta de informações quanto ao local onde ocorreria o impacto.

Na noite de 5 para 6 de junho, três divisões aliadas foram lançadas do ar sobre a Normandia: duas americanas, na base localizada na península de Cotentin, e uma britânica, mais para leste, perto de Caen. Sua missão era garantir as pontes e outros pontos vitais de comunicação atrás da linha costeira, a fim de retardar a chegada de reforços da Alemanha. Os alemães estavam completamente despreparados para essa manobra: primeiro, o tempo estava tão tempestuoso, que consideraram impossível um ataque; depois, haviam esperado desembarques na área de Calais-Dieppe (onde se encontravam as bases de lançamento das bombas V); e finalmente, nenhum dos comandantes alemães veteranos na área estava disponível. Essa combinação de circunstâncias significava que, no conjunto, a invasão da Normandia contava com um bom início. Depois de atingidos os objetivos dos pára-quedistas, 150.000 homens, transportados por 2.700 embarcações, começaram imediatamente a desembarcar, apoiados por um pesado bombardeio aéreo e naval. Os desembarques nas cinco praias escolhidas foram realizados com diferentes níveis de dificuldade: das duas praias americanas, a oeste, Utah apresentou um quadro mais feliz, e uma cabeça-de-ponte logo foi estabelecida com êxito; mas em Omaha a coisa foi diferente. Muitos dos tanques anfíbios afundaram antes de alcançar a praia; as forças germânicas na área eram fortes o suficiente para resistir; e houve um sério congestionamento na praia, além de dificuldade de movimento e manobra. Nas praias inglesas e canadenses, mais para leste - Gold, Juno e Sword - os desembarques ocorreram com facilidade, auxiliados por estratagemas como tanques equipados com manguais rotativos para abrir uma trilha através dos campos minados.

Com exceção da luta em Omaha, os alemães não opuseram nenhum contra-ataque real. Tinham muito poucos homens na região, muito poucos tanques, e a Luftwaffe foi completamente dominada pela RAF. Rommel sempre defendera o esmagamento de qualquer invasão às praias antes que os invasores pudessem ganhar um ponto de apoio, mas Von Rundstedt não concordava. De qualquer modo, seus superiores no Estado-Maior de Hitler persistiam na crença de que os desembarques na Normandia eram um engodo, e que a invasão principal deveria ser esperada em outro lugar qualquer. Assim, as tropas foram detidas.


Mapa da Operação Overlord sobre a invasão da Normandia

Nessas condições, as forças invasoras logo estabeleceram um firme ponto de apoio, e homens e máquinas continuaram a serem despejados na área. Depois de vinte dias, mais de 1 milhão de homens estavam em terra firme, e construíram portos artificiais para facilitar o descarregamento das enormes quantidades de provisões. Esses portos eram de dois tipos: os Groselha, feitos com alinhamentos de navios mercantes afundados; e os Amora, feitos com enormes pilastras de concreto pré-fabricado que eram rebocadas até o ponto certo e depois afundadas. Além disso, um oleoduto flexível, conhecido como Plutão, foi estendido ao longo da Mancha, para garantir um fornecimento constante de combustível.

Logo os exércitos começaram a avançar para o interior. Patton e o 3o Exército americano marcharam para o sul, através de St. Lo; depois a tropa se dividiu, uma ala marchando para sudoeste, rumo à Bretanha, a fim de desobstruir a área de possíveis forças alemãs, e a outra marchando para o sul e para leste, em direção de Paris. Enquanto isso os ingleses e canadenses eram detidos pelos alemães nas cercanias de Caen. Hitler viu nessa situação uma oportunidade para dividir ao meio as forças invasoras investindo através dos Avranches, na costa oeste, e assim separar o exército de Patton das forças aliadas ao norte. Mas esse contra-ataque realizado por quatro divisões Panzer foi contido, e em pouco tempo se transformou numa retumbante derrota. Patton seguiu para o norte, e os canadenses avançaram para o sul, visando a pegar os alemães pela retaguarda, mas, encontrando forte resistência, não puderam avançar tanto quanto o exército de Patton, o qual recebeu ordem de parar. Relutante, ele obedeceu, mas isso fez falhar o cerco pretendido. De qualquer modo, as tropas alemães em Falaise sofreram um terrível ataque e, embora uma parte dos efetivos tenha conseguido recuar para Paris, 50.000 homens foram feitos prisioneiros.

Em 19 de agosto as forças francesas de resistência levantaram-se contra os alemães em Paris, e no dia 25, depois da rendição do comandante alemão, o General de Gaulle proclamava a libertação da cidade, desfilando pela Avenue des Champs Élysées. A primeira ala das forças aliadas a entrar na cidade fora a França Livre, comandada pelo General Leclerc, chegando para apoiar os combatentes clandestinos.

Nesse meio tempo, os exércitos aliados estavam disparando através da França num vasto front, com o 21o Grupamento de Montgomery avançando ao longo da costa norte, tomando Le Havre, Boulogne, Calais e Dunquerque, e o 3o Exército de Patton rumando para leste, pelo centro. Montgomery defendia uma única investida concentrada no centro industrial alemão no norte, o Ruhr; Patton queria seguir para o Reno, ao sul de Frankfurt. O combustível e o transporte eram insuficientes para as duas operações. Eisenhower foi colocado face a uma traiçoeira decisão: que procedimento, ou que combinação de procedimentos, derrotaria mais depressa a Alemanha? Assumiu o risco: Montgomery poderia ter a parte do leão nos combustíveis até garantir a Bélgica e, portanto, o acesso à Alemanha. Então o impulso do leste, ao norte e ao sul das Ardennes, seria retomado. Patton, contrariado, anunciou sua intenção de prosseguir até que seus veículos ficassem sem combustível, o que aconteceu no Meuse em 31 de agosto. No dia 3 de setembro as forças de Montgomery tomaram Bruxelas e, no dia seguinte, Antuérpia. Patton então recebeu sua cota de combustível, mas a pausa em seu avanço dera tempo aos alemães para organizar alguma oposição, e os americanos foram obrigados a parar.

O estágio seguinte das operações de Montgomery no norte iniciou-se em 17 de setembro, quando ocorreram desembarques aéreos visando a garantir a ponte sobre o Reno, em Arnhem, e as pontes sobre o Maas e o Waal, em Eindhoven e Nijmegen. Os pára-quedistas em Eindhoven e Nijmegen atingiram com êxito os objetivos, mas os ingleses em Arnhem saíram-se pessimamente. O 2o Exército britânico, que deveria marchar para o norte a fim de se juntar a eles, foi detido, e após nove dias de luta contínua, sem qualquer apoio, os pára-quedistas que escaparam à morte, aos ferimentos ou à captura, recuaram. Dos 10.000 homens lançados, apenas 2.000 retornaram.

Nessa altura o avanço falhara em todos os fronts. Os alemães estiveram o tempo todo organizando e engrossando uma linha defensiva, e nem uma ofensiva aliada conjunta chegou a fazer grandes progressos. A contra-ofensiva de Hitler no final do ano deveria manter os Aliados na baía ainda algum tempo.

Fonte; www.segundaguerramundial.com.br