terça-feira, 23 de outubro de 2012

2° Guerra Mundial - O Brasil na Guerra - O Exército Parte 1


Olá Pessoal,

O Resumo sobre a 2° Guerra Mundial acabou, mas resolvi postar uma série de matérias sobre o desempenho do Brasil na SGM, começando pelo Exército, depois Marinha e Aviação.

Para quem acha que o papel do Brasil na SGM foi pequeno, poderá se surpreender com a ação brasileira no teatro de guerra europeu. Em termos de números, foram 25.445 soldados enviados ao front  sendo 443 baixas  e cerca de 3000 feridos, 445 missões executadas e aproximadamente 1010 toneladas de bombas lançadas.

Se você quer saber um pouco mais sobre o Brasil na SGM, postei abaixo alguns livros e o filme "Senta a pua!" de 1999. Já li todos e são ótimos, o livro "Irmãos de armas: um pelotão da FEB na SDM é mais do que recomendado e item obrigatório de leitura para quem quer conhecer mais á repeito.

  • Livros:
    Irmãos de armas: um pelotão da FEB na II Guerra Mundial, de José Gonçalves e César Campiani Maximiano. São Paulo: Códex, 2005. (O livro é um relato de caráter semi-autobiográfico. A co-autoria é de César Campiani Maximiano, doutor em História pela Universidade de São Paulo. Sem ser piegas, o livro é comovente em vários momentos.)

    O Brasil na mira de Hitler: a história do afundamento de navios brasileiros pelos nazistas, de Roberto Sander. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. (Sem perder o rigor da pesquisa, a narrativa de Sander é tão envolvente quanto um bom romance de espionagem.)

    National Geographic Brasil: Edição Especial, nº 63-A, São Paulo: Abril, 2005. (Edição especial lançada por ocasião dos sessenta anos do término da Segunda Guerra. Traz uma coletânea dos melhores artigos sobre o assunto já publicados pela revista. Há três reportagens sobre o Brasil.) 
  • Filme:
    Senta a pua! - Direção: Erik de Castro. Brasil, 1999. (Documentário que conta a história dos pilotos da FAB durante a Segunda Guerra Mundial.)
  • Uma boa leitura a todos!!!
    Bruno Mingrone

    Atividades preparatórias da Força Expedicionária Brasileira (FEB)

     

    A 28 de janeiro de 1942, durante a Terceira Conferência dos Chanceleres Americanos no Rio de Janeiro, anunciava o Governo do Brasil o rompimento de suas relações com a Alemanha, o Japão e a Itália, por efeito de seus compromissos internacionais em face da agressão a Pearl Harbour (7 de dezembro de 1941).

    Em conseqüência desse ato, entrou o Brasil em grande atividade militar para a segurança e a defesa de suas costas, quando, ao mesmo tempo, cedia aos Estados Unidos o uso, durante a conflagração, de suas bases militares - Belém, Natal, etc.

    Tradicionalmente favorável aos Aliados, vinha a opinião pública se inflamando diante dos ataques praticados por submarinos alemães e italianos contra os nossos navios mercantes e nessas manifestações patrióticas inspirou-se o Presidente Vargas para declarar guerra à Alemanha e à Itália, em data de 22 de agosto de 1942, com a desaprovação, talvez, de alguns auxiliares diretos do Governo.

    A nossa atitude, decorrente da declaração de guerra, poderia prudentemente limitar-se à defesa das costas, à concessão das bases militares, durante o conflito em curso, e à colaboração com as forças militares norte-americanas no patrulhamento do Atlântico Sul, porque, com a atitude mais avançada, iríamos incorrer, sem dúvida, numa aventura de grandes proporções.

    O Exército não possuía nem conhecia o material de guerra moderno, as suas organizações táticas eram arcaicas, os seus serviços, deficientes. Ressentia-se o seu moral, e se ressentiu durante toda a guerra, da falta de imprescindível preparação psicológica.

    Apesar do nosso precário poder militar, decide o chefe do Governo, iluminado por uma intuição, até certo ponto feliz, que as armas brasileiras participem do conflito de além-mar, como mais um tributo de solidariedade à causa aliada. Passou então a vontade do Presidente Vargas, a prevalecer nos novos rumos de nossa política exterior. Tal prevalecimento, todavia, não se pôde afirmar com desejável plenitude, porque permaneceram em seus postos da administração pública alguns auxiliares imediatos do chefe do Governo, sabidamente contrários à participação efetiva do Brasil numa guerra ao lado das Nações Unidas.

    Desde agosto de 1943 já vinham sendo traçadas as normas, em caráter sigiloso, para a organização da Força Expedicionária Brasileira (FEB), destinada a cooperar, além-mar, tom os Exércitos Aliados na missão de destruir o inimigo comum. No dia 9 daquele mês e ano, consultado, no mesmo caráter, o General Mascarenhas de Moraes, comandante da 2ª Região Militar (São Paulo), por telegrama do Ministro da Guerra, se aceitaria o comando de uma das Divisões de Infantaria da Força Expedicionária, respondeu afirmativamente, de modo preciso e claro.

    Dias depois, tem ciência por comunicação telefônica do Ministro da Guerra, de que fora escolhido pelo Chefe do Governo, entre os generais consultados, para comandar a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), devendo a sua designação ser feita oportunamente. A 23 de novembro de 1943 é finalmente criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), com três Divisões de Infantaria e elementos orgânicos de Corpo de Exército, inclusive Aviação e Órgãos de Comando e de Serviços.

    No mês anterior já se tinha dado começo à organização da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), sob a orientação do General Mascarenhas de Moraes, para esse fim designado em 7 de outubro de 1943. Ponderosas e vitais foram as razões que conduziram as nossas autoridades militares a estruturar a Grande Unidade expedicionária e seus elementos constitutivos segundo os meios, processos e tipos de organização, vigentes no Exército dos Estados Unidos e já consagrados pela experiência da guerra em pleno desenvolvimento.

    A tropa orgânica da Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE), tipo americano, compreendia: 3 Regimentos de Infantaria, 3 Grupos de Artilharia 105, 1 Grupo de Artilharia 155, 1 Batalhão de Engenharia, 1 Esquadrão de Reconhecimento, 1 Batalhão de Saúde, 1 Companhia de QG, 1 Companhia de Intendência, 1 Companhia de Transmissões, 1 Companhia de Manutenção, 1 Pelotão de Polícia, 1 Banda de Música, 1 Destacamento de Saúde e 1 Pelotão de Sepultamento.

    Na organização da 1ª DIE foram aproveitadas, em grande parte, unidades já existentes, transformadas algumas e criadas outras. Numerosos e difíceis foram os obstáculos à tarefa de se organizar uma forrça expedicionária de acordo com os moldes norte-americanos. Há longos anos o Exército Brasileiro vinha sendo instruído por uma operosa missão militar francesa. Sua organização, seus regulamentos e seus processos de combate eram baseados na chamada "escola francesa" . De repente, quase da noite para o dia, dentro da antiga moldagem, e no quadro da doutrina gaulesa, surgia a tarefa de constituir uma Divisão de Infantaria, com a organização norte-americana. E, além disso, instruí-la e adestrá-la segundo os métodos, processos e meios norte-americanos. Somente quem nunca se viu a braços com problemas análogos pode ignorar as dificuldades, as incompreensões e choques daí decorrentes. A nova organização exigia a criação de órgãos absolutamente novos e a revisão quase revolucionária de princípios, há muito firmados em nosso meio militar. O problema consistiu em fazer sair, de um maquinismo montado à francesa, uma Força Expedicionária que funcionasse à americana.

    A 1ª DIE, contou em seu seio, desde o início, cerca de três dezenas de oficiais das armas e serviços, com certa experiência dos processos de combate e instrução adotados nos Estados Unidos, pois tinham realizado proveitos estágios em Unidades e Campos de treinamento daquele país amigo. Alguns chefes nossos, entre os quais avultam os generais Euclydes Zenóbio da Costa, Oswaldo Cordeiros de Farias e Falconiere da Cunha, estagiaram também na América do Norte, onde tiveram oportunidade de colher magníficos ensinamentos. Além de contar com este contingente para as tarefas iniciais de organização e adestramento, ainda era de inestimável valia para a 1ª DIE a visita do seu chefe divisionário às frentes de combate do provável teatro de atuação das forças brasileiras. Obra de realismo militar, essa visita produzia a vantagem de estabelecer proveitosas relações pessoais de comando, antes mesmo da chegada da tropa brasileira ao teatro da guerra.

    Nesta ordem de idéias e objetivos, o General Mascarenhas De Moraes, em data de 6 de dezembro de 1943, acompanhado de diversos oficiais, entre os quais um "Grupo de Observadores", partiu para o Norte da África e Itália. Neste último país, visitou demoradamente as frentes de combate e esteve em contacto com os mais abalizados chefes militares aliados desse Teatro de Operações.

    Somente a 28 de dezembro de 1943 é que foi publicada a designação o General Mascarenhas De Moraes para comandar a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), em confirmação da escolha feita pessoalmente pelo Chefe do Governo, em agosto último. Retornando ao Brasil em janeiro de 1944, o General Mascarenhas De Moraes fez sentir a necessidade de tornar mais efetiva a sua ação de comando, pois urgia concentrar a tropa expedicionária na Capital Federal, subordinando-a diretamente ao seu chefe. Na segunda quinzena de março de 1944 atingia ao seu término a concentração da 1ª DIE na Capital Federal, com alguns elementos no Estado do Rio de Janeiro, ficando assim essa Grande Unidade expedicionária debaixo do comando de seu chefe próprio.

    Com a adoção da organização americana, na qual a motorização intensiva constitui a nota dominante, e em presença de um material de guerra, ate então desconhecido nos meios militares brasileiros, era natural, senão lógico, a incorporação ao nosso patrimônio profissional de preceitos regulamentares e processos de instrução bem diferentes daqueles com os quais nos habituáramos nos exercícios dos tempos de paz.

    A preparação técnica e tática da 1ª DIE começou a ser encarada pelo seu comandante com a mais séria preocupação de vencer os obstáculos que surgiam por toda a parte. Apesar da atividade dos chefes expedicionários, nos diferentes escalões da hierarquia militar, a escassez de armamento e de outros materiais de guerra prejudicou a obtenção de um nível alto de adestramento, particularmente na instrução tática. Estava previsto, entretanto, um período final de adestramento, que seria realizado no próprio teatro da guerra, o que possibilitaria melhor lucro na instrução tática das unidades. Amiudavam-se as visitas, inspeções e verificações, realizadas pelos chefes expedicionários de todos os escalões.

    A 31 de março de 1944, desfilava pelas avenidas do Rio de Janeiro a Infantaria Expedicionária, sob o comando do General Zenóbio Costa, dando uma excelente prova de seu apuro físico e de sua disciplina. A 20 de maio de 1944 realizou-se, no Campo de Instrução de Gericino (Rio de Janeiro), com a presença do Presidente da República a esplêndida demonstração de tiro real, levada a efeito por toda a Artilharia Expedicionária, sob o comando do General Oswaldo Cordeiros de Faria. No dia 24 desse mesmo mês, em homenagem ao feito de Tuiuti, desfila pela Avenida Rio Branco a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), sob o comando do General Mascarenhas de Moraes, recebendo do Chefe do Governo e do povo as mais entusiásticas aclamações e as mais tocantes despedidas.
     
     

    quinta-feira, 18 de outubro de 2012

    Aconteceu Hoje na História - 18 de Outubro

    18 de Outubro de 1876 - Estado do Alasca é comprado pelos Estados Unidos 



    No dia 18 de outubro de 1867, o estado do Alasca foi comprado da Rússia pelos Estados Unidos por US$ 7 milhões. Este foi o penúltimo território a ser incorporado pelo país norte-americano. Ao seu redor, o Alasca conta com os oceanos Ártico e Pacífico, faz fronteira terrestre com o Canadá e está separado da Rússia pelo Estreito de Bering, que divide o extremo ponta oriental da Ásia do extremo ponto Ocidental da América do Norte.
    O descobrimento de importantes reservas de petróleo permitiu um enorme crescimentos econômico da região nas últimas décadas, apesar do isolamento geográfico e das extremas condições climáticas. Por conta do petróleo, o Alasca também já sofreu com desastres ecológicos, como o acidente em 1989, quando o superpetroleiro Exxon Valdez encalhou nas águas do Alasca e provocou uma maré negra de óleo, considerada uma catástrofe ambiental.
     
     

    18 de Outubro de 1915 - Nasce Grande Otelo, ator, cantor e compositor brasileiro

     

    Ator, cantor e compositor brasileiro, nascia no dia 18 de outubro de 1915, Grande Otelo, um dos grandes atores do Brasil. Natural de Uberlândia (MG), seu verdadeiro nome era Sebastião Bernardes de Souza Prata. O apelido Grande Otelo veio em 1932, quando entrou para a Companhia Jardel Jércolis, pioneira no teatro de revista. Durante a carreira, fez inúmeros filmes, entre eles as famosas comédias ao lado do cômico Oscarito, nas décadas de 1940 e 1950. Um dos seus trabalhos mais conhecidos é a versão cinematográfica do livro Macunaíma (1969), baseado na obra de Mário de Andrade. A cena do nascimento de Macunaíma, interpretado por Grande Otelo, é inesquecível.

    Apesar do sua característica cômica como ator, a vida real de Grande Otelo foi cheia de tragédias. Seu pai morreu esfaqueado e sua mãe era alcoólatra. Quando já tinha conquistado o sucesso, sua esposa se matou, após envenenar o filho de seis anos, que era enteado do ator. Na infância, Grande Otelo foi parar no juizado de menores, onde foi adotado pela família do político Antônio de Queiroz. No cinema, outro ponto alto da sua carreira ocorreu em 1942, quando participou do filme It's All True, de Orson Welles. Filmou também Fitzcarraldo (1982) com o diretor Werner Herzog, na floresta amazônica. A partir dos anos 60, ele foi contratado pela TV Globo, onde atuou em novelas e também na Escolinha do Professor Raimundo, no início dos anos 90. Seu último trabalho foi uma participação na telenovela Renascer, pouco antes de morrer. Grande Otelo morreu em 1993 de um ataque do coração fulminante, quando viajava para Paris para uma homenagem que receberia no Festival de Nantes.
     
     
     

    terça-feira, 16 de outubro de 2012

    2° Guerra Mundial Parte 17 - A Queda do Japão

    Olá Pessoal,
     
    Chagamos ao último capitulo desse resumo sobre a 2° Guerra Mundial, no qual falaremos sobre a queda do Japão.
     
    O tema sobre a SGM sempre foi um de meus favoritos, qualquer coisa relacionada a ela me fascina. Sejam filmes, livros, documentários...enfim tudo...rs.
     
    Sempre fico imaginado como foi ter participado desse evento, o horror que deve ter sido o medo tomando conta dos soldados sejam eles Aliados ou do Eixo, os civis vendo suas casas e cidades sendo destruídas, seus pais e filhos sendo mortos.....
     
    Bom, falando sobre esse último capitulo, ele começa falando sobre as conquistas das ilhas do pacifico pela frota americana, visto que o exercito imperial japonês já não tinha a mesma força de antes, passando pelo próprio Japão através da invasão da ilha de Okinawa chegando finalmente ao clímax com os americanos lançando as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki causando assim a rendição do Império Japonês decretando oficialmente o fim da 2° Guerra Mundial.
     
    Boa Leitura e até a próxima.
    Bruno Mingrone



    A Queda do Japão

    Em abril e maio de 1944 os Aliados desembarcaram perto de Hollandia, na costa norte da Nova Guiné holandesa, na ilha de Wakde, a pouca distância da praia, e na ilha de Biak. Com essas posições guarnecidas, era tempo de se prepararem para o estágio seguinte, a conquista das Marianas. Havia guarnições japonesas em Saipan, Tinian e Guam, grupo esse que representava uma importante plataforma nas comunicações do Japão com o seu império no sudoeste do Pacífico. Para os americanos, as bases nessas ilhas colocariam as suas Super-Fortalezas B-29 dentro de um fácil raio de bombardeio sobre o Japão e as Filipinas.

    Reuniu-se uma frota de invasão, com 130.000 homens a bordo, que no dia 15 de junho desembarcaram em Saipan. Os japoneses haviam planejado uma operação de oposição à invasão americana. O objetivo era esmagar a frota americana entre uma força de porta-aviões avançando de leste para as ilhas, e aviões estacionados em terra voando da ilha para oeste, e quando os desembarques tivessem início a frota do Almirante Toyoda rumaria para o mar das Filipinas, nos estágios de abertura do plano.

    Em 19 de junho teve lugar a Batalha do Mar das Filipinas, com os japoneses enfrentando a potentíssima 5a Frota do Almirante Spruance. A posição japonesa estava enfraquecida pela sua inabilidade em exercer pressão sobre os americanos com aviões estacionados em terra, visto que suas forças aéreas nas Marianas já tinham sido largamente dizimadas. Assim, sofreram uma derrota retumbante. Nas duas fases da batalha, perderam quase 500 aviões e três porta-aviões de esquadra, enquanto muitos de seus outros navios eram avariados. Sua retirada eliminou qualquer possibilidade real de obstruir o subseqüente progresso americano sobre as Filipinas, e permitiu à invasão das Marianas prosseguir sem obstáculos. Os desembarques ocorreram em Guan no dia 21 de julho e em Tinian no dia 23, e embora a resistência japonesa fosse obstinada e feroz, não havia mais dúvidas quanto à conquista das ilhas.

    O alvo seguinte eram as Filipinas, cuja defesa foi conduzida pelo General Yamashita, comandante das forças japonesas vitoriosas na Malásia em 1942. Depois da captura da ilha Morotai (ao sul de Mindanao) e das ilhas Palau, em setembro, as tropas de MacArthur desembarcaram em Leyte, no dia 20 de outubro. Essa ilha encontra-se no meio do arquipélago filipino: a posse dela dividiria ao meio a defesa japonesa. Os japoneses estavam determinados a defender as Filipinas, e haviam planejado uma sedutora armadilha para a frota de invasão americana. A isca seria uma força naval, incluindo quatro porta-aviões, comandada pelo Almirante Ozawa, que navegaria para o sul partindo do Japão, na esperança de atrair a frota americana ao seu encontro. Isso deixaria vulneráveis os transportes da invasão e suas escoltas ao largo de Leyte. Para esmagá-los o Almirante Kurita subiria de Cingapura, dividindo sua força para atacar de noroeste e de sudoeste, num movimento de pinças. Para essa operação, confiou inteiramente em navios tradicionais, incluindo os maciços vasos de guerra Yamato e Musashi, com canhões de 457 mm.

    No papel parecia um esquema de ação bastante razoável, mas na prática exigia que os americanos fizessem tudo o que esperava que fizessem. Além disso, a decisão de usar grandes canhões como principal força de choque, quando os porta-aviões haviam provado sua supremacia nessa função, era um erro. De qualquer modo, as coisas deram errado para os japoneses desde o começo. A frota de Kurita foi localizada a tempo pelos almirantes americanos, que puderam se preparar, e a preocupação com a sua aproximação resultou em que não conseguissem notar a chegada da força chamariz de Ozawa - apesar de seus desesperados esforços para chamar a atenção, emitindo sinais não codificados. Em pouco tempo os porta-aviões de Halsey estavam atacando a frota de Kurita em levas sucessivas, afundando o Musashi e forçando os japoneses a recuar. Halsey considerou isso uma retirada final e, tendo finalmente sabido da aproximação de Ozawa, seguiu para o norte com toda a sua frota para enfrentá-lo. Mal zarpara quando recebeu um relatório de reconhecimento afirmando que Kurita fizera meia-volta e estava se dirigindo de novo para a batalha. Resolvido agora a destruir a frota de Ozawa, Halsey não se sentiu inclinado a crer no relatório e continuou rumo ao norte. Estava convencido de que, ainda que fosse verdade, a frota japonesa fora tão reduzida pelo primeiro confronto que a frota do Almirante Kinkaid poderia facilmente se ocupar dela sem ajuda sua. Kinkaid, por sua vez, não estava prevenido de que Halsey não deixara navio algum guardando o seu acesso norte, através do estreito de San Bernardino, e limitou-se a observar o acesso sul, o estreito de Surigao. Quando a força de Kurita chegou do sul, foi forçada a navegar em fila pela estreita passagem e, numa manobra clássica, os americanos explodiram todos os navios japoneses.

    A vitória foi completa quando chegaram notícias de que a frota norte japonesa já havia começado a atacar a pequena força que guardava os navios de MacArthur. Kinkaid enviou sinais a Halsey para que voltasse, mas Halsey continuou seu caminho. Então os japoneses, tendo eliminado a oposição à sua frente, moveram-se contra os transportes indefesos. Kinkaid emitiu novos sinais a Halsey, que finalmente voltou - mas avançara tanto, que sua chegada só ocorreu horas depois.

    Nessa altura Kurita repentinamente fez meia-volta. Mensagens de rádio interceptadas convenceram-no de que os americanos estavam prestes a bloquear sua rota de evasão, e ele precipitou-se para escapar à ameaça fantasma.

    A Batalha do Golfo de Leyte estava, milagrosamente, terminada. Fôra o maior conflito naval de todos os tempos, em termos de número de navios envolvidos. Embora os navios de guerra japoneses tivessem escapado, seus porta-aviões (da frota de Ozawa) foram, os quatro, afundados, e essa perda anunciou o fim do poderio marítimo japonês. Eles tinham, porém, utilizado pela primeira vez uma arma nova, quase impossível de ser enfrentada: o vôo suicida camicase, que iria causar muitas vítimas.

    No Natal de 1944, a resistência japonesa na ilha Leyte terminou, e em 3 de janeiro de 1945 uma frota americana de 164 navios zarpou do golfo de Leyte para efetuar desembarques na principal ilha filipina, Luzon. Em 8 de janeiro esses desembarques foram realizados, no golfo de Lingayen, ao norte de Manila, e logo forças americanas estavam avançando para o sul, rumo à capital. Em 4 de março, após combate corpo a corpo nas ruas, Manila estava nas mãos dos americanos, enquanto a península de Bataan e a ilha de Corregidor (ambas cenário de derrotas americanas anteriores) tinham sido capturadas.

    Restavam dois degraus, agora, entre os americanos e o Japão: as ilhas de Iwo Jima e Okinawa. Iwo Jima, oferecendo bases de bombardeiros tão distantes de Tóquio quanto as bases das Marianas, foi dominada primeiro. Essa ilha, com 6,5 km de comprimento, estava defendida por uma forte guarnição de 25.000 homens, que se haviam entrincheirado muito bem. O Almirante Spruance, comandante da operação, desencadeou um pesado bombardeio aéreo e naval antes de por os marinheiros em terra firme no dia 19 de fevereiro, mas ainda assim os americanos sofreram 2.500 baixas nesse dia. Após um selvagem combate, a resistência cessou em 26 de março. As perdas americanas subiram a 26.000, mas a guarnição japonesa lutou literalmente até a morte, restando apenas umas poucas centenas de homens, que foram feitos prisioneiros.

    Em Okinawa os japoneses haviam organizado uma força de 110.000 homens. Era uma ilha muito maior, com terreno acidentado, e mais uma vez as posições japonesas estavam profundamente fortificadas. Okinawa, quase eqüidistante de Formosa, Japão e China, era um desejável objetivo estratégico, mas os americanos perceberam que precisariam empregar uma força enorme para tomá-la. Campos de pouso no Japão foram atacados antes da invasão, a fim de minimizar a ameaça das forças aéreas japonesas, e mais de 250.000 homens foram reunidos.

    Em 1o de abril ocorreram os desembarques na costa oeste; em seguida os americanos rumaram para o sul da ilha. Surpreendentemente, a interferência japonesa foi mínima, e foi muito fácil estabelecer uma cabeça-de-ponte na praia. No dia 3 a ilha fora atravessada, mas um movimento ao sul provocou uma firme oposição. Centenas de aviões camicase acometeram os invasores - até o navio de guerra Yamato, em 6 de abril, foi enviado sem combustível para uma viagem sem retorno, numa insípida missão suicida, que culminou com a sua perda e com baixas apavorantes.

    As forças americanas então avançaram para o norte e o sul. No dia 19 de abril foi desferido um ataque de peso contra posições japonesas ao sul, mas os defensores estavam bem entrincheirados e os atacantes sofreram consideráveis baixas para poucos ganhos.

    Os japoneses estavam ficando impacientes. Depois de obedecer rigidamente à determinação de manter uma defesa obstinada, desencadearam uma contra-ofensiva no começo de maio. Conseguiram penetrar as linhas inimigas, mas tiveram uma perda de 5.000 homens. No começo de junho tinham sido forçados a descer para o extremo-sul da ilha, e no meio do mês, após um vasto emprego de lança-chamas, conseguiram abrir uma brecha. Nessa batalha os japoneses utilizaram grande quantidade de ataques camicase e lutaram com terrível determinação, mas, significativamente, a proporção de soldados que acabou se rendendo no final foi muito maior. Suas perdas foram de 110.000 homens contra 45.000 dos americanos.

    Enquanto as operações de limpeza da área prosseguiam em vários pontos, o Japão era submetido a um maciço bombardeio americano, que começou em outubro de 1944, das Marianas. Embora isolados de abastecimentos essenciais, e com sua produção de guerra dizimada, o país se recusou a capitular nos termos incondicionais dos Aliados. Finalmente, recorreu-se às novas bombas atômicas: uma foi lançada sobre Hiroxima em 6 de agosto, outra em Nagasáqui no dia 9. A 2 de setembro, a bordo do navio de guerra americano Missouri os japoneses capitularam.