domingo, 21 de agosto de 2011

2° Guerra Mundial Parte 3 - A Batalha da França

Olá Pessoal,

Nesse capitulo vamos ver o inicio da Batalha da França onde a temida e brilhante estratégica nazista, a Blitzkrieg assola a Belgica e a Holanda fazendo esses países captularem e aniquilando boa parte do exército francês. A consequência dessa batalha foi a humilhande retirada dos ingleses na famosa evacuação de Dunquerque e a hesitação de Hitler em acabar com a BEF antes da evacuação quando tinha a possibilidade de faze-la.

Uma boa leitura à todos!
Bruno Mingrone


A Batalha da França


General De Gaule, em discurso no rádio
incentivando a resistência francesa.
Chegando a termo a campanha dos Aliados na Noruega, Hitler lançou sua ofensiva para oeste, que deveria culminar com a evacuação da Força Expedicionária Britânica (BEF) de Dunquerque e com a queda da França.

A ofensiva foi iniciada com assaltos bem-sucedidos na Holanda e na Bélgica. Desembarques de tropas aéreas em Haia e Roterdã foram cronometrados para coincidir com ataques na fronteira oriental da Holanda, e essa combinação revelou-se altamente eficaz ao criar a confusão de que os alemães precisavam. As forças blindadas alemães abriram uma brecha ao sul e atravessaram rapidamente o país para se juntar às forças lançadas do ar em Roterdã, enquanto a Luftwaffe mantinha uma pressão implacável. Cinco dias depois do assalto inicial, os holandeses capitularam.

A Bélgica seria a próxima a sentir os efeitos do tratamento da Blitzkrieg de Hitler. Aqui, novamente, o ataque alemão veio de terra e ar. Dois objetivos essenciais tinham que ser assegurados antes que a invasão principal pudesse ser desencadeada: a captura intactas, de duas pontes-chaves sobre o canal Albert e o silenciamento do poderoso forte belga em Eben Emael. Um ataque terrestre seria movido com lentidão suficiente para impedir os belgas de dinamitar as pontes e de fazer o melhor uso possível dos canhões de Eben Emael. Assim, pequenos destacamentos aéreos foram silenciosamente lançados do céu: as pontes foram garantidas e o forte, silenciado. As tropas alemães atravessaram o canal, penetrando a linha de defesa belga do outro lado. Duas divisões Panzer moveram-se rapidamente através da brecha criada desse modo, e logo as forças belgas estavam em retirada geral. As tropas britânicas e francesas estavam subindo para apoiá-las, quando, seguindo o brilhante Plano Manstein, o exército de Von Rundstedt, depois de efetuar a travessia das Ardenas, emergiu nas ribanceiras do Meuse. Essa manobra de surpresa pegou os Aliados desprevenidos. Não haviam imaginado que os alemães tentassem uma ofensiva de porte através das montanhas cobertas de mato das Ardenas, região difícil para tanques e veículos motorizados. Investindo contra os alemães, que atacavam ao norte, e mantendo uma forte concentração defensiva na Linha Maginot, ao sul, haviam deixado uma passagem fracamente defendida no extremo ocidental, incompleto da Linha Maginot - exatamente onde os alemães apareceram. Liderada pelo audacioso comandante General “Veloz Heinz” Guderian, a infantaria Panzer e os tanques, com apoio aéreo da Luftwaffe, logo se encontraram do outro lado do Meuse. Uma vez cruzado o rio, seu rápido avanço teria prosseguido sem reveses não fosse a repentina falta de nervos do Alto Comando alemão. Temendo um contragolpe aliado, deteve a marcha de Guderian até que a infantaria tivesse uma oportunidade de alcançá-lo, e só então lhe deu sinal verde. Suas divisões Panzer se estenderam para a frente, rumo á costa norte da França.

Mapa da retirada de Dunquerque
Essa manobra, os ingleses não demoraram a  perceber, encurralaria suas forças entre alemães avançando de leste através da Bélgica, o exército de Rundstedt vindo do sul, os destacamentos Panzer de Guderian a oeste, e o Canal da Mancha ao norte. Guderian logo atingiu a costa norte, separando a BEF de Boulogne e Calais.
Tornava-se claro, agora, que as tropas britânicas teriam que ser evacuadas por mar, e quando o Exército belga se rendeu, a disputa estava decidida. O único porto de embarque ainda desimpedido era Dunquerque, e, ainda assim, ameaçado pelas divisões Panzer que se encontravam a apenas 16 km.

Se Hitler tivesse resolvido dar ordens nesse sentido, a BEF poderia ter sido aniquilada ou forçada a capitular nessa altura, mas por motivos que nunca ficaram claramente identificados, ele manteve distância e teve inicio a agora legendária evacuação de Dunquerque. Fustigada pelos constantes ataques da Luftwaffe, a frota de navios e barcos que zarpou da Inglaterra para participar da evacuação levou de volta 338.000 homens.

A relutância de Hitler em acabar com a BEF enquanto isso estava a seu alcance pode ter tido muitas causas, entre as quais, talvez, uma expectativa de que os ingleses quisessem fazer um acordo de paz com ele. Entretanto, a única conseqüência da evacuação foi deixar partir 338.000 homens das forças aliadas, prontas para lutar contra ele novamente num outro dia. Os ingleses foram capazes, assim, de repelir a subseqüente ameaça de invasão, o que, no final das contas, contribuiu para a derrota da Alemanha.

Contudo, a Batalha da França ainda não estava acabada. As forças francesas tinham sido severamente diminuídas, enquanto os alemães, por seu lado, haviam trazido reforços e reposições. Sem mais que uma pausa para retomar fôlego, desencadearam uma ofensiva contra a frente francesa, ao longo do Somme e do Aisne. A resistência inicial foi feroz, mas após dois dias as divisões Panzer de Hoth atravessaram a linha de fogo perto de Rouen, e a defesa ruiu por terra. A 14 de junho de 1940, apenas 10 dias depois que a última remessa de soldados havia deixado Dunquerque, e apenas 9 dias depois de ter começado a nova ofensiva, as tropas alemães entravam em Paris. O governo francês havia partido para Tours a 9 de junho, forças alemães estavam aprofundando-se cada vez mais em território da França, fragmentando o Exército francês em pequenas unidades, e a situação parecia sem esperanças. A 25 de junho, o Marechal Pétain assinava um armistício com Hitler no mesmo vagão ferroviário que testemunhara a assinatura do armistício de 1918 pela Alemanha.


Os fatos até aqui, culminando no repentino colapso da resistência francesa, haviam provado conclusivamente a eficácia da tática Blitzkrieg. Com forças móveis relativamente pequenas, e com apenas tanques leves e médios, Hitler havia, num espaço de tempo muito curto, tomado posse, ou colocado sob controle, a maior parte da Europa ocidental. Cada vez que se movia, fazia-o rapidamente demais para seus oponentes - na Noruega, Dinamarca, Holanda e Bélgica -, enquanto um brilhante desempenho pôs a França e a Inglaterra de joelhos com uma velocidade que nem ele próprio havia esperado. Para a Inglaterra, que agora devia lutar sozinha, as perspectivas eram negras.

Fonte; Portal 2° Guerra Mundial - http://www.segundaguerramundial.com.br/

sábado, 6 de agosto de 2011

2° Guerra Mundial Parte 2 - Começa a Luta

Olá Pessoal,
Nesse capitulo, vamos ver o ínicio da guerra com a invação da Polonia por parte da Alemanha Nazista e a consequente declaração de guerra da Inglaterra e da França à Alemanha. Essa invasão só foi possivel ser efetuada com tranquilidade graças ao Pacto entre a Alemanha e a Rússia  chamado de Pacto Molotov-Ribbentrop no qual foi firmato a partilha da Polonia. Assim acontece o ínicio da Segunda Guerra Mundial!
Boa leitura,
Bruno Mingrone


Mapa mostrando a divisão
da Polonia entre Alemanha
 e Rússia
 Começa a Luta

Nas circunstâncias, as exigências de Hitler na Polônia até que foram modestas: tudo o que reclamava, dizia, era a devolução do porto alemão de Dantzig e livre acesso a ele e à Prússia Oriental através da Polônia, o Corredor Polonês. A Polônia não estava inclinada a ceder, e vendo que a Inglaterra reagira violentamente à ocupação da Checoslováquia, Hitler não fez muita pressão no inicio. Afinal de contas, a Inglaterra havia duplicado seu efetivo bélico e dera à Polônia uma garantia absoluta de proteção. Mas percebeu que a garantia não valia nada sem o apoio russo de leste, e, percebendo que os ingleses iam se apressar a solicitar esse apoio, tratou de trazer a Rússia para o seu lado. Os russos tinham sido evitados pelos ingleses quando ofereceram, anteriormente, uma aliança, e não estavam relutantes, depois de superada a desconfiança inicial, em fazer um acordo com Hitler, particularmente quando este lhes prometia uma oportunidade de recuperar o território polonês que havia perdido em 1918.

Assinado o pacto Molotov-Ribbentrop, o caminho de Hitler estava livre, e em 1° de setembro de 1939 forças alemães cruzavam a fronteira polonesa. Seguiu-se a primeira demonstração da eficácia da tática móvel combinando forças blindadas e aéreas. Os poloneses concentraram seus exércitos bem à frente, perto da fronteira, e suas reservas ficaram escassamente espalhadas. Assim, quando as colunas blindadas de Hitler, apoiadas pela Luftwaffe, atravessaram as fortificações da Polônia, as tropas polonesas, marchando a pé, foram incapazes de retroceder com rapidez suficiente para se reagruparem. Num hábil movimento de pinças, Bock e Von Rundstedt, do norte e do sul respectivamente, lançaram seus homens em direção a Varsóvia. Em 17 de setembro tropas russas cruzaram a fronteira oriental e, apesar da valente resistência, Varsóvia caiu a 28 de setembro.

A oeste, ingleses e franceses haviam conseguido pouca coisa, parte por causa da lentidão da mobilização, parte por causa de idéias táticas ultrapassadas. A leste a Polônia caiu porque seu Exército, ainda confiando em maciças cargas de cavalaria, era um anacronismo, posto em total desorientação pela implacável investida das forças compactas e altamente móveis de Hitler.


                   Preparação da Alemanha para a invasão da Polonia

A Alemanha e a Rússia dividiram a Polônia entre si, e a Rússia foi além, fazendo consideráveis exigências territoriais à Finlândia, contra o que os finlandeses se opuseram. Seguiu-se uma guerra onde os finlandeses lutaram dura e amargamente, mas que em março de 1940 já era uma questão decidida.

O colapso da Polônia foi seguido pelo que se tornou conhecido como “guerra disfarçada” que durou até a primavera de 1940. Durante esses meses, os líderes aliados consideraram plano ofensivo após plano ofensivo - sem chegar a conclusão alguma -, enquanto Hitler, depois de ter a sua oferta de paz aos Aliados rejeitada em outubro, desenvolveu seus planos para uma ofensiva impetuosa e decisiva contra a França. Quanto mais cedo desencadeasse sua ofensiva, menos preparados estariam os franceses para lhe fazer frente, e depois de derrotada a França, ele tinha certeza de que a Inglaterra negociaria a paz. Entretanto, o tempo, seus generais e as condições climáticas estavam contra ele, e mesmo quando finalmente fixou a data de 17 de janeiro para início da ofensiva, um extraordinário incidente liquidou seus planos. Um oficial alemão, voando de Munster para Bonn, perdeu a rota e aterrissou na Bélgica. Foi preso, e com ele seus captores encontraram o plano operacional completo da Alemanha para o ataque ao oeste. Quando o novo plano, o Plano Manstein foi posto em prática, trouxe poucas surpresas desastrosas para os Aliados.

Prisioneiros poloneses.
Nesse meio tempo, e para consternação de seus adversários, Hitler investiu ao norte, repentinamente, atacando a Noruega e a Dinamarca. A 9 de abril de 1940, forças alemães desembarcaram em vários portos ao longo da costa norueguesa e também invadiram a Dinamarca. No fim do mesmo dia, haviam tomado Oslo e os portos principais de Trondheim, Bergen e Narvik, enquanto a Dinamarca agüentou apenas 24 horas. Como é que esses dois países se encaixavam no esquema de Hitler? A maior parte do minério de ferro para o esforço alemão de produção de guerra vinha do norte da Suécia, através de Narvik e Hitler quis salvaguardar a passagem marítima da Noruega, temendo que a Inglaterra ocupasse esse país, usando a Dinamarca como valioso fornecedor de provisões.

Quando Hitler atacou, a Inglaterra foi em auxílio da Noruega, desembarcando tropas perto de Narvik e Trondheim. Mas chegaram tarde demais, pois os alemães, nessa altura, já haviam estabelecido uma posição forte o bastante para serem capazes de derrotar seus atacantes, auxiliados por uma esmagadora superioridade aérea. Para os ingleses, o afundamento de uma flotilha de destróieres alemães em duas manobras no fiorde de Narvik - uma das quais envolvendo o navio de guerra Warspite - não foi mais que pequeno consolo para a completa derrota na campanha norueguesa. Para Hitler isso significou a certeza de fornecimento de minério de ferro e uma base para ataques aéreos à Inglaterra e, mais tarde, aos comboios com destino à Rússia. Mais uma vez as forças alemães se haviam movido rápido demais para seus oponentes.

Fonte; Portal Segunda Guerra Mundial www.segundaguerramundial.com.br

terça-feira, 2 de agosto de 2011

2° Guerra Mundial Parte 1 - Prelúdio da Guerra

Olá pessoal,

Hoje eu começo a postar sobre a segunda guerra mundial que é um tema que até hoje fascina e intriga muita gente.
A guerra que durou de 1939 à 1945 foi o conflito mais sangrento de toda a história da humanidade e marcou para sempre a vida de todo o mundo devido ao racismo e a loucura de Hitler . Estarei postando uma história mais resumida pois é um assunto muito extenso o que acabaria ficando um pouco cansativo.
Alem da história resumida, vai haver postagem sobre o Brasil na guerra, videos e curiosidades.

Uma boa leitura e espero que gostem.
Bruno Mingrone

"Quem quer que acenda a tocha da guerra na Europa nada pode desejar senão o caos". Adolf Hitler, 21 de maio de 1935

 
Prelúdio da Guerra

A assinatura do tratado de paz no final da Primeira Guerra Mundial deixou a Alemanha humilhada e despojada de suas possessões. Perdeu seus territórios ultramarinos e, na Europa, a Alsácia-Lorena e a Prússia Oriental. Os exércitos aliados ocuparam a região do Reno, limitaram rigorosamente o tamanho do Exército e da Marinha alemães, e o seu país foi obrigado a pagar indenizações pela Primeira Guerra Mundial que logo provocaram o colapso de sua moeda e causaram desemprego em massa.


Assim, foi numa Alemanha envenenada pelo descontentamento que Adolf Hitler ergueu a voz pela primeira vez. Apelando para a convicção do povo alemão de que tinham sido brutalmente oprimidos pelos vencedores da guerra, logo conseguiu uma larga audiência. Falava de grandeza nacional e da superioridade racial nórdica, denunciava judeus e comunistas como aqueles que haviam apunhalado a Alemanha pelas costas e levado o país à derrota, e por meio de um programa intensivo de propaganda criou o Partido Nacional-Socialista, que em 1932 tinha 230 lugares no Parlamento alemão e cerca de 13 milhões de adeptos. Depois da morte do Presidente Hindenburg, em 1934, o poder de Hitler tornou-se absoluto. No verão de 1934, eliminou implacavelmente os rivais e, desprezando a regra de lei, estabeleceu um regime totalitário.

Em seguida deu inicio a um programa de rearmamento, em contravenção ao Tratado de Versalhes, mas sem
Suástica Nazista
 ser impedido pelos demais signatários, e no começo de 1936 já estava confiante o bastante para enviar tropas alemães para reocupar a região do Reno. Mais uma vez os Aliados não fizeram nenhuma tentativa para detê-lo, e a operação foi bem sucedida. Mais tarde, no mesmo ano, ele e seu aliado italiano fascista Benito Mussolini enviaram auxílio a Franco na Guerra Civil Espanhola e assinaram um pacto unindo-os no Eixo Berlim-Roma.

A preocupação primária de Hitler durante esse período foi com a necessidade alemã de Lebensraum, ou seja, espaço vital. Se o país devia passar de nação de segunda categoria para primeira potência mundial, necessitava de espaço para se expandir, e se precisava comportar uma população em rápido crescimento e exigindo prosperidade, necessitava de terras para cultivo e matérias-primas para energia e indústria.

Adolf Hitler
Começou olhando na direção da Áustria, que já possuía um forte movimento nazista, mas cujo chanceler estava ansioso por conservá-la como nação independente. Os exércitos de Hitler avançaram assim mesmo e, em 1938, entraram em Viena, sem encontrar oposição. Hitler tivera êxito pela combinação de uma diplomacia de força e um hábil desenvolvimento de sua máquina de propaganda.

A Checoslováquia seria a próxima vítima. A região fronteiriça, conhecida como Sudetos, tinha uma população alemã que se sentia excessivamente discriminada tanto pelos tchecos quanto pelos eslovacos. A região era rica em recursos minerais, tinha um grande exército, e ostentava fábricas de equipamento bélico Skoda. Incitando o descontentamento da população germânica, Hitler foi capaz de fomentar a agitação na Checoslováquia, que levou a um confronto armado na fronteira. Nessa altura, o primeiro-ministro britânico, Neville Chamberlain, representando os defensores da Checoslováquia - Inglaterra, França e Rússia -, foi à Alemanha acalmar Hitler. O resultado de uma série de reuniões foi que, a menos que os Sudetos fossem anexados à Alemanha, Hitler começaria uma guerra; mas se suas reivindicações territoriais na Checoslováquia fossem atendidas, não faria reivindicações posteriores no resto da Europa. A França e a Inglaterra concordaram - apesar de suas promessas de proteger a Checoslováquia -, e Hitler, quebrando também a sua promessa, mais tarde invadiu a Checoslováquia inteira. Considerou que a Inglaterra não estaria preparada para lutar por aquele país, e que a França não ia querer lutar sozinha - e estava certo; mas na vez seguinte, quando invadiu a Polônia, elas declararam guerra.



Como a história provaria mais tarde, a declaração veio com excesso de atraso. As vacilações das potências ocidentais haviam permitido que Hitler alcançasse uma força armada e uma posição na Europa, cujo desalojamento levaria seis anos de carnificina.

Fonte; Portal Segunda Guerra Mundial

Olá pessoal,


Chegou ao fim a matéria sobre a história do Videogame, espero que todos tenham gostado e continume acessando o blog pois ainda essa semana estarei postando a história da Segunda Guerra Mundial que é um tema que muitas pessoas gostam e eu também!!!!

Obrigado e até a próxima.
Bruno Mingrone

2010

A VOLTA DE LORD BRITISH
Crédito

Dois anos depois de ser turista espacial e ficar meio sumido do mundo dos jogos eletrônicos, o game designer Richard Garriott, criador da série de RPGs "Ultima" anunciou o retorno com a produtora Portalarium.

Focada em jogos para redes sociais, como o Facebook, a produtora por enquanto possui apenas títulos simples, como pôquer, mas pretende futuramente criar mundos virtuais mais complexos, como os de MMOs mais tradicionais. Como sempre, o pitoresco Lord British mantém grande ambições...
Se em 2009 ainda existiam reflexos da crise mundial do ano anterior no mercado de jogos eletrônicos, a temporada 2010 veio para espantar de vez os fantasmas. E fez isso com fortes lançamentos logo em janeiro. Logo nos primeiros dia do ano era possível ver bons títulos nas prateleiras das lojas, como a ação frenética e exagerada da bruxa "Bayonetta", os combates infernais de "Darksiders" e o excelente RPG de ficção científica "Mass Effect 2".

Não parou por aí: tiroteios pontuaram "Army of Two: The 40th Day" e "MAG", enquanto até o Wii ganhou boas produções de estúdios externos, como a ação nonsense de "No More Heroes 2" e as rápidas lutas de "Tatsunoko vs. Capcom".

A boa maré continuou em fevereiro com "White Knight Chronicles", "Star Trek Online", "BioShock 2" e "Dante's Inferno". Quem apareceu no fim do mês também foi o inovador "Heavy Rain", com gráficos ultra-realistas e história aberta para o jogador decidir como progredir. Inclusive, no Brasil o game chegou com opção de português de Portugal como idioma.

Março manteve o ritmo forte: guerra em "Command & Conquer 4" e "Battlefield: Bad Company 2" (para muitos, melhor que o já arrasador "Call of Duty: Modern Warfare 2", de 2009) e nostalgia em "Mega Man 10". Fantasia em alta definição foi o brilho do aguardado "Final Fantasy XIII", que quebrou vários paradigmas da franquia e saiu para PS3 e X360. Depois foi a vez do herói espartano Kratos brilhar em "God of War III", desfecho da violenta trilogia da Sony que estreou no PS3 com muitas festividades - até lançamento à meia-noite no Brasil.

Divulgação
Veja alguns dos principais jogos lançados em 2010


O mês trouxe também o anúncio oficial do Nintendo 3DS, novo portátil da Nintendo que incorporaria uma tela com efeito 3D sem exigir uso de óculos especiais. Feita por meio de uma simples nota em um jornal japonês, a revelação veio sem grande pompa ou festejos. Rumores sugerem que o anúncio foi feito às pressas pois jornalistas nipônicos conseguiram descobrir sobre o portátil e iriam vazar as informações, mas a Nintendo preferiu se antecipar e divulgar tudo oficialmente. Em junho, o Nintendo 3DS foi a grande sensação da E3, principal feira de games do mundo, e em setembro foi anunciado o lançamento para março de 2011 nos EUA, com preço estimado de US$ 300.

APOCALYPS3
Montagem

Um erro dos mais inusitados impediu que donos de PS3 utilizassem o videogame para jogar no dia 1º de março.

Por conta de um erro de programação, o calendário interno do console achou que 2010 era ano bissexto e teria dia 29 de fevereiro. Assim, ao tentar rodar um game com troféus, o sistema identificava que o aparelho estava em um dia inexistente e simplesmente não funcionava.

O problema recebeu o apelido de Apocalyps3 (em alusão, claro, ao nome do videogame) e para resolver era fácil: bastava mudar o calendário interno manualmente.
A tradicional Game Developers Conference mais uma vez antecipou tendências de mercado: em 2009 o destaque foram os jogos para plataformas da Apple, enquanto agora em 2010 o assunto da vez foram os games sociais, para Facebook e outras redes. Mas não foi só: a GDC foi palco também do anúncio oficial do PS Move, controle de movimentos da Sony, que chegou ao mercado já no mês de setembro.

Já nos últimos dias de março uma surpresa para os fãs da Nintendo: o dublador Charles Martinet, responsável pela voz do Super Mario e outros personagens da empresa, veio a São Paulo para o evento Troféu Gameworld, onde falou com fãs, tirou fotos e, claro, gastou o gogó imitando frases clássicas do famoso herói gordinho.

Aliás, Martinet foi o primeiro de muitos estrangeiros importantes na indústria de games a visitarem o Brasil em 2010. Entre outros, estiveram por aqui também o roteirista Matt Costello (de "Doom III", "Just Cause 2", "Rage" e outros) para ministrar um workshop; os músicos Akira Yamaoka (da franquia "Silent Hill") e Gerard Marino (da série "God of War"), para participar do show Video Games Live e o produtor Hector Sanchez, que veio mostrar o novo "Mortal Kombat" no Brasil Game Show, em novembro.

Outras figuras importantes em solo tupiniquim foram o diretor Steve Huot e o diretor de arte Fausto de Martini, ambos da Blizzard, para anunciar a vinda oficial da empresa ao país e o lançamento de "StarCraft II" por aqui em julho e totalmente adaptado para português do Brasil - desde legendas e dublagem até detalhes nos cenários.


Veja como foi o lançamento de "StarCraft II" no Brasil


Pouco antes das novidades da E3, em junho, chegaram às lojas "Super Street Fighter IV", nova versão com mais golpes, lutadores e cenários do já popular game de luta da Capcom, e "2010 FIFA World Cup South Africa", título oficial da Copa do Mundo da África do Sul, produzido pela EA. Um detalhe bacana deste último é que foram disponibilizadas missões especiais baseadas em partidas que aconteceram no torneio deste ano - tudo para download gratuito. "Red Dead Redemption", por sua vez, mostrou que era muito mais do que um '"GTA" no Velho Oeste', cativando com uma trama densa e intrigante, gráficos fantásticos e ambientação envolvente. Já o Xbox 360 teve com exclusividade o thriller de suspense "Alan Wake", demorada, mas excelente produção do estúdio finlandês Remedy, o mesmo pessoal que criou a série "Max Payne".

FILME DE "MORTAL KOMBAT"?
Reprodução

Em junho circulou pela internet um misterioso trailer chamado "Mortal Kombat: Rebirth", que mostra uma nova abordagem sobre o universo da série de luta: o ninja Scorpion vira um preso que recebe de Jax e Sonya a chance de redenção e para isso deve lidar com um grupo de excêntricas e perigosas figuras, como Baraka, um homem que enxertou lâminas pelo corpo.

Especulou-se que o vídeo fazia parte do novo "Mortal Kombat" - revelado poucos dias depois -, mas na verdade foi projeto independente do diretor Kevin Tancharoen, que criou a sequência para tentar vender à Warner a idéia de um novo filme da grife.
Enquanto isso, o Wii vibrou muito com "Super Mario Galaxy 2", nova aventura 3D do simpático encanador que conseguiu melhorar ainda mais a excelente aventura original, lançada em 2007. Enquanto isso, o PSP mostrava serviço no excelente "Metal Gear Solid: Peace Walker", capítulo portátil da série que aliava um extenso enredo na campanha principal, expandido ainda mais a mitologia da franquia, a um competente modo multiplayer cooperativo.

Em junho aconteceu uma das E3 mais repletas de novidades marcantes dos últimos tempos. Cada uma das principais fabricantes de consoles atacou de maneiras diferentes. Microsoft trouxe como trunfo o Kinect, nome definitivo do Project Natal, câmera para o Xbox 360 com sensor de movimentos que tanto surpreendeu o público na apresentação de 2009. Aliás, o periférico rendeu até uma conferência adicional, que na verdade foi um show dos mais exóticos do grupo Cirque du Soleil. Para os brasileiros donos de X360, a E3 2010 realizou um sonho antigo: o anúncio da vinda oficial da rede online Xbox Live ao país. O serviço estreou no dia 10 de novembro, com alguns poucos games disponíveis para download e opção de migrar contas ilegais de outros países para cá.

A Nintendo cativou com o 3DS e uma forte seleção de games de apelo nostálgico, como "Donkey Kong Country Returns", "Kirby's Epic Yarn", "GoldenEye 007" e "The Legend of Zelda: Skyward Sword" (aliás, revelado em uma rara aparição embaraçosa do mestre Shigeru Miyamoto, criador da franquia). Para muitos, a Big N foi a melhor empresa da feira.

A Sony, por sua vez, apostou forte também no efeito 3D em jogos para PlayStation 3, utilizando televisores com óculos especiais, e títulos para o controle com sensor de movimentos PS Move. Dentre grifes de renome, vieram detalhes sobre "Killzone 3", "Gran Turismo 5" e um novo "Twisted Metal". Por fim, Gabe Newell, um dos fundadores da Valve e ferrenho crítico do PS3, subiu ao palco da apresentação para anunciar uma versão de "Portal 2" para o console da Sony e, principalmente, dizer que mudou de ideia e que agora a Valve considera o aparelho uma ótima máquina para jogos, levando em conta todas as mudanças desde que saiu em 2006.

ZEEBO MUDA DE CARA
Divulgação

Em setembro a produtora Zeebo Inc. anunciou uma mudança de estratégia para o Zeebo, o tão falado videogame fabricado pela brasileira Tectoy em parceria com a Qualcomm.

O console passou a focar em entretenimento para toda a família, apostando em títulos educativos, acesso à internet e integração com redes sociais, como Twitter, Facebook e Orkut.

O videogame ganhou também um teclado, um novo controle (chamado Dragon) e a promessa de vários jogos da Disney e Turma da Mônica.
Não foi pauta na E3, mas em agosto, quase que de surpresa, a Sony do Brasil começou a venda oficial do PlayStation 3 no Brasil, com garantia de 1 ano e preço sugerido de R$ 1.999,00. O PSP estava previsto para dezembro, mas acabou não chegando. Porém, o PS3 não foi a única novidade em hardware no país: em novembro a Microsoft lançou oficialmente o Kinect, ao preço de R$ 599 e até com alguns jogos em português do Brasil, como "Kinect Adventures" e "Joy Ride". Em tempo, "Halo: Reach" também chegou no idioma tupiniquim - tanto legendas quanto dublagem - e ponto para a Microsoft na batalha dos sensores de movimento: no meio de dezembro a Sony anunciou o lançamento do PS Move em território nacional por R$ 799, mais caro que o rival.

Ainda em setembro aconteceu a tradicional Tokyo Game Show, no Japão, maior feira de games do oriente. Apesar de carente de grandes revelações, a feira bateu recorde de visitantes, com mais de 207 mil pessoas passando pelos pavilhões do Makuhari Messe. Dentre títulos inéditos, "DmC Devil May Cry" foi a grande surpresa, buscando renovar a tradicional marca da Capcom. Além disso, a Sony revelou também data de lançamento para o promissor "The Last Guardian", do mesmo time de "ICO" e "Shadow of the Colossus": por ora, o game chega ao PS3 no Japão no fim de 2011.

No sempre promissor terreno dos jogos online, a produtora Level Up! impressionou com a primeira edição brasileira do evento Level Up! Live (que contou inclusive com a participação do presidente da companhia, Ben Colayco) e também o lançamento do aclamado jogo de tiro "Combat Arms". Já a distribuidora Gala-Net abriu escritório no país e trouxe junto versões de "Fly for Fun" e "Rappelz", enquanto a oriental Aeria Games também investiu na América Latina com versões dos games "Shaiya" e "Grand Fantasia" e contratando o estúdio brasileiro Aquiris para desenvolver um game de tiro online, previsto para sair em 2011.

UBISOFT FECHA ESTÚDIOS
Divulgação

Nem só de boas notícias viveu o mercado brasileiro em 2010: a Ubisoft anunciou uma mudança de planos para o país, fechando todos os estúdios da empresa aqui e passando a focar em distribuição de jogos para o mercado.


Com isso, o estúdio criado em 2008 em São Paulo - e responsável pelas versões portáteis de "Michael Jackson: The Experience" - virou escritório de operações da Ubisoft no Brasil e o estúdio de Porto Alegre, adquirido em 2009 e antigamente conhecido como Southlogic Studios, fechou as portas.
Pode parecer brincadeira, mas o segundo semestre da temporada foi pontuado também pelo retorno triunfal de uma lenda: "Duke Nukem Forever". Dado como abandonado após a equipe de produção do estúdio 3D Realms ter sido dispensada em 2009, o game teve seus direitos adquiridos pela produtora Gearbox (a mesma de "Borderlands") e continuou sendo finalizado secretamente. A revelação foi surpreendente: "Duke Nukem Forever" foi exibido e disponibilizado para teste do público em uma das edições do PAX, evento organizado pelo site de histórias em quadrinhos americano Penny Arcade. Desta vez, o lançamento ficou marcado para 2011, em versões para PC, PlayStation 3 e Xbox 360. Agora vai?

Como de costume, os últimos meses do ano foram marcados por uma enxurrada de títulos fortes para todas as plataformas. A temporada de lançamentos começou cedo, logo em setembro, com a estratégia de "Civilization V", um dos poucos bons jogos exclusivos que saíram para PC (depois, só em dezembro com a expansão "Cataclysm" para "World of Warcraft"). Ainda em setembro saiu o PS Move e sua extensa linha de games de movimento, capitaneada por "Sports Champions", uma ótima coletânea de atividades esportivas.

A disputa entre jogos de futebol ficou mais apimentada: "FIFA 11" manteve um altíssimo nível de qualidade e aumentou o número de clubes brasileiros licenciados, mas perdeu narração e textos em português; enquanto isso, "Pro Evolution Soccer 2011" inovou ao incluir a Copa Libertadores da América e narração em português do Brasil com Silvio Luiz e Mauro Beting.

A arena dos títulos musicais viu a consolidação de novos desafiantes: os games de dança. "Guitar Hero: Warriors of Rock" pouco trouxe à franquia, ao passo que "Rock Band 3" acrescentou teclado à fórmula, mas quem realmente requebrou nas vendas foram "Just Dance 2", "Dance Central" e "Michael Jackson: The Experience".

Seguindo uma nova tradição, mais um ano e mais um "Call of Duty". "Black Ops" mudou outra vez a ambientação da série, colocando combates no período da Guerra Fria em enredo caprichado - claro, o modo multiplayer online também não decepcionou. Como desafiante veio o competente "Medal of Honor", que renovou a franquia de guerra ao adotar o recente conflito no Afeganistão como palco. Quem conseguiu também fazer uma bem sucedida repaginada foi a franquia "Castlevania", com o impressionante "Lords of Shadow", título de ação com toques de "God of War", "Uncharted" e "Shadow of the Colossus" que finalmente conseguiu transpor a série com sucesso para o universo dos títulos em 3D.

ANIVERSÁRIOS DE 2010
Crédito
Com mais de 130 milhões de unidades vendidas pelo mundo, o PlayStation 2 completou 10 anos de vida
20 anos do NeoGeo
10 anos de "Diablo II"
10 anos de "The Sims"
1 ano de Zeebo
O ano de 2010 foi excelente para os fãs de velocidade, nada menos que três títulos brilharam de maneira especial: "F1 2010", da Codemasters, recriou de forma extremamente realista a categoria mais rápida do automobilismo; "Need for Speed: Hot Pursuit" veio das mãos do Criterion Studios (mesma galera de "Burnout") e renovou a popular franquia com belos gráficos e um inteligente sistema de recordes online; e, finalmente, "Gran Turismo 5" chegou às lojas, com mais de mil carros, dezenas de pistas e várias outras funções - e alguns problemas chatos, como loadings em excesso e um sistema de danos controverso.

Para o Wii, as opções foram as doses nostálgicas de "Metroid: Other M" e "Donkey Kong Country Returns", que buscaram inspiração em aventuras do Super Nintendo. "Epic Mickey" escorregou em algumas falhas técnicas, mas não deixou de ser uma boa opção para o aparelho, trazendo o ratinho Mickey Mouse novamente como estrela de um jogo de videogame e explorando um sinistro mundo habitado por personagens esquecidos da Disney.

Já o pequenino DS finalmente ganhou versão ocidental de "Dragon Quest IX" e também "Super Scribblenauts", versão refinada do criativo título de 2009 em que o jogador resolve enigmas criando objetos ao escrever o nome deles na tela de toque.


"GOD OF WAR 3", "HALO: REACH", "MARIO GALAXY 2" E OUTROS
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Nas vendas de consoles, a hegemonia foi mais uma vez da Nintendo. O pequeno DS foi o aparelho mais vendido de 2010, com cerca de 18 milhões de unidades pelo mundo. O Wii apresentou grande queda, mas conseguiu um segundo lugar, com 14 milhões de aparelhos comercializados. PS3 vem em terceiro, com 12 milhões, seguido de perto pelo rival direto Xbox 360, com 11 milhões de videogames. Por fim, o portátil PSP soma 7 milhões de consoles e até mesmo o PS2 ainda respira, com 3 milhões de unidades vendidas em 2010.